Desde segunda-feira que está em fase de consulta pública o projeto de decisão de inscrição da capeia arraiana no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. O procedimento acontece na sequência do pedido de inventariação desta peculiar tradição tauromáquica do concelho do Sabugal pela Câmara local.
O processo, coordenado pelo antropólogo Norberto de Oliveira Manso, está a correr no Instituto do Museus e da Conservação (IMC) com o argumento de que esta manifestação cultural é uma prática «única e exclusiva» das gentes raianas que «se caracteriza e singulariza das demais formas populares de manifestações tauromáquicas pelo facto da lide do touro bravo ser efetuada coletivamente, com o recurso ao forcão», explicita a autarquia. De resto, a capeia já é Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal, numa decisão da Assembleia Municipal com o objetivo de «proteger legalmente um bem cultural imaterial de inegável e inquestionável valor patrimonial». Esta deliberação de setembro do ano passado pretende ainda dar «mais legitimidade» ao pedido de inventariação da capeia como Património Cultural Imaterial da Humanidade junto da UNESCO. A candidatura final é da competência do IMC. Antes disso, a Comissão para o Património Cultural Imaterial tem 120 dias para deliberar sobre o pedido após a conclusão desta consulta pública.