O Souropires, único representante do Distrito da Guarda nos Nacionais da IIIª Divisão, iniciou no último domingo a sua “aventura”, com uma derrota em Cesar, mas mostrou ter um conjunto para dar que falar. Apesar do resultado de quatro a dois a favorecer os homens do Cesarense, foi o Souropires que entrou melhor na partida, com um futebol rápido, vistoso e, sobretudo, eficaz.
Ainda mal tinha começado a partida e já Carvalhinho fazia o gosto ao pé, marcando o primeiro golo do Souropires, com um remate do meio da rua a não dar hipóteses ao guarda-redes da equipa da casa. Um golo que foi um autêntico balde de água fria para as hostes cesarenses. Com apenas cinco minutos decorridos e a perder por um zero a equipa da casa tentou pressionar o adversário, mas sem sucesso, já que o Souropires continuava a dominar a partida chegando naturalmente ao segundo golo, por intermédio de Alex. Estavam decorridos 18 minutos de jogo. Este segundo tento galvanizou, ainda mais, os pupilos de Manuel Barbosa, que continuaram a apresentar um futebol vistoso e prático, mas também a falhar algumas boas oportunidades de “matar” a partida.
E como diz a velha máxima do futebol, quem não marca, arrisca-se a sofrer e foi isso que aconteceu ao Souropires, que viu as redes da sua baliza violadas à meia hora de jogo, com Álvaro a fazer o primeiro para o Cesarense com a defensiva da Souropires a ter muitas culpas. Este golo fez crescer a equipa da casa, mas, mesmo sem praticar um futebol bonito nos últimos quinze minutos da primeira parte, o Souropires ia chegando para as encomendas, já que era importante ir para o descanso a vencer. Contudo, quando todos esperavam o apito do árbitro para o intervalo, surgiu um remate enrolado de Robalinho II, com a bola a tabelar num jogador forasteiro e a entrar na baliza defendida por Valezim. Apesar da sorte, de salientar que a defensiva do Souropires não ficou isenta de culpas, já que poderia ter tirado a bola de zona perigosa. Deste modo, apesar da primeira parte ser quase sempre dominada pela equipa do concelho de Pinhel, o Cesarense conseguiu chegar ao intervalo empatado a duas bolas.
A etapa complementar, aguardava-se com alguma expectativa, mas cedo se percebeu que o último reduto do Souropires continuava a ser muito permeável e, assim, o terceiro golo dos homens da casa aconteceu ao minuto 66, com alguma naturalidade. A partir deste golo, o Souropires, que ainda não se tinha encontrado durante a segunda parte, desapareceu totalmente, pois os sectores deixaram de funcionar em conjunto e os erros defensivos continuaram a acumular-se. Especialmente nos lances de bola parada com as marcações a falharem totalmente, com o Cesarense a aproveitar para voltar a facturar, com Robalinho a apontar o segundo golo da sua conta pessoal e o quarto da sua equipa. O Souropires, depois de ver o adversário ampliar o resultado, ainda tentou reduzir a desvantagem, mas as forças começaram a faltar e a partida acabaria por terminar com o resultado de 4-2. A equipa de Barbosa mostrou, nos primeiros trinta minutos da partida, ter uma equipa de qualidade que troca muito bem a bola e com homens que desequilibram no um para um, especialmente do meio-campo para a frente, faltando contudo rectificar o sector defensivo que foi neste primeiro jogo o “calcanhar de Aquiles” da equipa do Campo da Recta que poderá ser uma agradável surpresa neste nacional da IIIª Divisão série C.
Este domingo realiza-se a primeira eliminatória da Taça de Portugal com o Souropires a receber o Peniche, enquanto que o Gouveia, segundo classificado do Distrital da Guarda, visita o Tocha, da série C da III Divisão. Em relação às equipas do distrito de Castelo Branco, Estreito, Idanhense e Sertanense recebem Rio Maior, São João de Ver e os “Nazarenos”, respectivamente. Já o Oleiros visita o Social de Lamas.
Rui Geraldes / Rádio Elmo