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Independente testa “hegemonia” do PSD em Aguiar da Beira

Fernando Andrade não se pode recandidatar em Aguiar da Beira, onde cumpre o terceiro mandato consecutivo

Há mais de duas décadas que o PSD comanda os destinos de Aguiar da Beira, que se prepara para assistir ao “confronto” entre o vice-presidente Fernando Pires e o candidato que elegeu para a Junta de Aguiar da Beira, Joaquim Bonifácio. A estes junta-se Paulo Silva, da CDU, o único repetente das eleições de há quatro anos.

Fernando Pires conta com um aliado de peso, já que António Lacerda, candidato do PS em 2009, é o seu “número dois”: «Foi vereador durante quatro anos, sendo uma mais-valia na área social», justifica o engenheiro agrícola. Apesar da coligação com o CDS não se ter concretizado, o vice-presidente de Fernando Andrade só pensa na vitória: «Vou ganhar», afirma. O seu projeto assenta no apoio às IPSS e aos agricultores, bem como na dinamização da unidade móvel de saúde e da incubadora de empresas. Fernando Pires promete estar «atento» ao próximo quadro comunitário de apoio, tendo em vista a construção de um pavilhão multiusos e habitações para arrendamento jovem. «Vamos transformar a Torre do Relógio num miradouro visitável e recuperar a maior anta da Península Ibérica», anuncia. Fernando Pires entende que «as infraestruturas estão feitas», sendo agora a «oportunidade de uma política mais virada para as pessoas e o apoio aos jovens».

O principal adversário é Joaquim Bonifácio, que foi chefe de gabinete de Joaquim Lacerda e Fernando Andrade durante cinco mandatos. O candidato independente, eleito para a junta local com o apoio do PSD, avança desta vez com beneplácito do PS e CDS. «Tomei esta posição porque não concordo com estas políticas, só estão connosco quando precisam», critica Joaquim Bonifácio, assegurando que não tem o apoio oficial do CDS, «mas se vier será bem-vindo». O professor espera terminar o “reinado” do PSD: «Estou confiante porque acredito que a população, tal como eu, tem necessidade mudar», sublinha, considerando que este é «o momento ideal». As principais apostas são a juventude, a criação e preservação de emprego, a marca Aguiar da Beira e os investimentos intermunicipais no turismo. O reforço da ação social e a contratação de profissionais de saúde também estão nos seus planos, sem esquecer o apoio às Juntas. «Quero que a juventude me “obrigue” a trabalhar, pois só dá vida ao concelho se estiver cá», reconhece.

Já a CDU volta a apresentar-se num concelho onde a esquerda nunca ganhou com Paulo Silva, que também concorreu em 2009. O candidato ambiciona «eleger membros à Assembleia Municipal», uma vez que «o PS pouca oposição faz e os munícipes não são informados», considera. Paulo Silva é muito crítico para com o atual executivo, defendendo que «em quatro anos abriram as termas e agora arranjam umas “estraditas” antes das eleições», ironiza este professor. O seu programa eleitoral integra a renegociação da dívida da autarquia e a diminuição dos juros, considerando que a Câmara «investiu nos sítios errados, pois tem uma dívida enorme para tão pouca gente».

Entre os seus projetos destacam-se a construção de saneamento básico, a «nacionalização» da água e do tratamento de resíduos e a criação de emprego, entre outros. Segundo o candidato da CDU, a autarquia deve exigir ao Governo que invista nos transportes, energia e comunicação.

Perfil dos candidatos

Fernando Pires (PSD), 40 anos, engenheiro agrícola

«É uma Câmara que paga atempadamente aos fornecedores e queremos continuar com esse prestígio»

Joaquim Bonifácio (independente com o apoio do PS), 62 anos, professor do Ensino Básico

«Vamos assegurar uma gestão municipal participativa e prestar contas aos munícipes de forma clara»

Paulo Silva (CDU), 45 anos, professor

«Se as políticas fossem boas as pessoas não estavam a sair de Aguiar da Beira»

Sara Quelhas Só PSD e CDS sabem o que é ganhar em Aguiar da Beira

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