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Incendiário detido em Cótimos

Pastor confessou a autoria de quatro fogos para gerar pastos no dia em que outro incêndio iniciado em Vilares consumiu centenas de hectares

Um pastor de 28 anos foi detido na semana passada após confessar a autoria de quatro incêndios ocorridos na zona de Cótimos, no concelho de Trancoso.

Fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda adiantou que o suspeito foi detido ao final da tarde da passada quarta-feira, no âmbito de uma investigação para apurar a autoria de vários fogos que tinham deflagrado naquela freguesia dias antes. Segundo as autoridades, as chamas não assumiram grandes proporções graças à pronta intervenção dos bombeiros. O suspeito foi localizado após uma patrulha ter sido alertada por um habitante de Cótimos que «viu um homem sair do perímetro de um incêndio que tinha acabado de deflagrar», referiu o Comando Territorial. A GNR acrescentou que o indivíduo confessou a autoria de quatro incêndios na zona quando foi abordado pelos militares e que justificou as suas ações com «a criação de pastos» para alimentar o gado. O homem, natural de Lisboa, foi entregue à Judiciária da Guarda, que o apresentou em tribunal para primeiro interrogatório judicial, tendo ficado em prisão preventiva.

Nessa mesma tarde, um fogo consumiu algumas centenas de hectares de mato noutro ponto do concelho de Trancoso. O sinistro começou na freguesia de Vilares e progrediu rapidamente pela serra em direção às localidades de Broca, Feital, Póvoa do Concelho e Vila Franca das Naves. Ao que O INTERIOR apurou, o incêndio terá sido causado por uma moto-roçadora quando uma equipa de sapadores florestais estava a trabalhar na limpeza de mato e ganhou maiores proporções porque a primeira intervenção foi demorada devido à ausência de bombeiros no quartel de Vila Franca das Naves, que tinham sido chamados para o incêndio que lavrava em Mogadouro. O incêndio, que chegou a ter três frentes ativas, foi dado como dominado na manhã de quinta-feira, tendo sido combatido por 143 operacionais, apoiados por 34 veículos. Segundo a Proteção Civil, nenhuma povoação esteve em risco, apesar das chamas terem rondado o Feital, e não houve registo de danos em habitações.

Suspeito de fogo no Teixoso vai fazer trabalho comunitário

Na sexta-feira, a PJ da Guarda anunciou a detenção de um homem, já constituído arguido, por ter alegadamente causado um incêndio florestal na passada quarta-feira, no Teixoso (Covilhã).

O indivíduo está indiciado pelo uso indevido de uma moto-roçadora com lâmina de corte na limpeza de terrenos em zona florestal, «operação proibida durante esta época crítica do ano para os incêndios», adiantou a Judiciária em comunicado. O fogo consumiu um hectare de mato com giestas, pinheiros bravos e carvalhos. Duas habitações também estiveram ameaçadas, mas a pronta intervenção dos bombeiros e de dois helicópteros evitou «consequências mais graves», revelou a PJ. O presumível autor do incêndio ficou obrigado a prestar trabalho comunitário, entre outras medidas de coação. Este ano, a Polícia Judiciária já identificou e deteve 18 indivíduos pela autoria do crime de incêndio florestal.

Luis Martins

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