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Ideias – I

Crónica Política

Irei dedicar os meus artigos do ano de 2013 a compartilhar convosco algumas das minhas ideias sobre a cidade e o concelho que ambiciono. Esclareço desde já que as ideias que aqui apresentarei só me vinculam a mim enquanto cidadão. Este esclarecimento é necessário tendo em conta que este ano irão realizar-se eleições autárquicas pelo que não será correto ver nestas minhas linhas qualquer tipo de promessas ou alinhavos de programa eleitoral que vinculem o meu partido ou a candidatura à Câmara Municipal da Guarda que, convictamente, apoio.

Por motivos vários, os assuntos relacionados com a economia, nomeadamente o desemprego e a competitividade, estão na ordem do dia.

Existem na nossa região (o que faz com que a ideia que hoje apresente ultrapasse em muito os limites do concelho) um conjunto de atividades tradicionais de grande viabilidade do ponto de vista da criação de valor e emprego. Deixo uma sugestão: porque não uma candidatura da nossa gastronomia regional a património mundial?

Não estou a inventar nada de novo, sou a transportar para a nossa realidade algo que outros já obtiveram e que proporcionou bons resultados a nível económico e da criação de emprego graças à visibilidade que esta medida proporcionou.

Enquanto região temos o Queijo da Serra, a morcela e os enchidos, o vinho, o azeite, a castanha, um conjunto de doces regionais capazes de ombrear com a melhor doçaria, o mel, etc.

O que podem as nossas autarquias fazer? Em primeiro lugar, num esforço conjunto, criar selos de qualidade para os diversos produtos como o que é aplicado ao Queijo da Serra e com isso garantir a origem do produto.

Em segundo, uma estratégia conjunta para a candidatura deste património gastronómico a património mundial.

Esta estratégia permite uma maior visibilidade dos produtos e da região não só a nível nacional, como internacional. Consequentemente, a procura aumenta, assim como o valor dos produtos. O aumento da procura vai promover uma necessidade do aumento da oferta, ou seja, esta medida é potenciadora do aparecimento de novos produtores e do aumento da capacidade produtiva dos existentes, isto é, pretendem-se assim criar novos postos de trabalho.

E já agora, e que mais não seja porque se trata de património, porque não “embalar” estes produtos que se destinem ao chamado mercado gourmet em cestaria de Gonçalo? Sempre é mais um produto local a ser divulgado e acrescenta valor ao produto final. Além disso, seria uma maneira simples de ajudar a preservar uma tradição, conferindo-lhe de novo um interesse enquanto atividade económica que já teve em tempos.

A atribuição de um galardão destes, ou se quisermos ser pessimistas, o simples processo de candidatura, dará visibilidade não só a nível nacional, mas também a nível internacional. Esta visibilidade será fundamental para a colocação dos nossos produtos, mas será também importante para nos divulgar como destino turístico.

Resumindo, com esta ideia pretende-se ganhar competitividade no sector primário, nomeadamente na agricultura e na produção animal, nas atividades de transformação dos produtos agrícolas, no artesanato, na restauração e na hotelaria.

Poderão dizer que esta crónica é um mero exercício teórico, levantar uma série de obstáculos para que não corra bem ou até mesmo para que corra muito mal, podem dizer que não passa de um sonho, podem até chamar-lhe utopia, mas a realidade é que se não tentarmos nunca iremos saber quais os resultados práticos de uma medida como esta.

Por: Nuno Almeida

* Presidente da concelhia da Guarda do PS

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