«Ainda não há nenhuma garantia de que iremos instalar-nos no Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã», disse a “O Interior” Vítor Santos, representante da Microsoft, na última quinta-feira durante o seminário “Promoção do Empreendedorismo e Suporte à Criação de Empresas”, promovido pelo Centro de Apoio à Inovação e ao Empreendedorismo (CAIE) do Parkurbis.
«Neste momento ainda não temos qualquer certeza» relativamente à instalação da Microsoft na Covilhã, confirmou o responsável, explicando que o momento é, sobretudo, de «análise da viabilidade» no que se refere à criação efectiva de um «centro de excelência», considerando por isso que houve «alguma precipitação» nesta matéria. Isto depois de Carlos Pinto, presidente do Conselho de Administração (CA) do Parque Tecnológico e da Câmara, ter anunciado, com pompa e circunstância, aquando da inauguração do Parkurbis em Setembro, a vinda da empresa para o parque. Na altura, o autarca chegou mesmo a dizer que «as diligências feitas há cerca de dois meses levaram a que na próxima semana seja concretizada a instalação da maior empresa do mundo em novas tecnologias», acrescentando a promessa de que a Microsoft iria «criar um centro de excelência na Covilhã». Passada a euforia eleitoral, Vítor Santos é mais comedido e garante que o processo é «extremamente complexo», apesar de reconhecer que a região tem potencial e investidores de «grande qualidade».
Mas assim que isso aconteça, a empresa pretende fazer surgir, «em parceria com a UBI e outros parceiros», um “cluster” tecnológico que possibilite à Beira Interior «exportar tecnologia para o país e, posteriormente, para o mundo», admitiu o responsável. E ao que parece existem vários motivos para instalar este “cluster” na região. Antes de tudo, por haver na UBI «bons investigadores e grandes competências» e ainda pela existência «de uma indústria especializada na zona». A ideia será criar um pólo, onde a Microsoft será «apenas mais um parceiro», que incorpore todas as mais valias regionais. A primeira etapa passará por tornar a indústria local «mais competitiva», colocando problemas que tentarão ser solucionados «pelos académicos que produzem “software”». A partir daí, os “softwares” desenvolvidos serão «testados nas próprias empresas, partindo-se em seguida, caso obtenham sucesso, para a sua comercialização». Vítor Santos acredita, por outro lado, que a Microsoft ainda poderá dar uma “mãozinha” às empresas já instaladas no Parque Tecnológico, no sentido de «colocarem os seus produtos no estrangeiro, desde que tenham qualidade», referiu.
De resto, o seminário do último sábado assentou sobretudo na questão do empreendedorismo, na criação de novas empresas e nas ajudas aos jovens empresários, tendo contado com a presença de parceiros internacionais, como os projectos “Ciudades del Acero, um espacio empreendedor”, coordenado pelo Governo das Astúrias; o “E-Lab Empresa”, da Universidade Aberta da Catalunha; e ainda o “New Chance”, a cargo das Associações Empresariais da República Checa.
Rosa Ramos