A estadia da selecção nacional de futebol na Covilhã não parece estar a entusiasmar os responsáveis das unidade hoteleiras da região. Apesar da expectativa gerada pela vinda dos pupilos de Carlos Queiroz, a partir de amanhã e até dia 1 de Junho, o movimento nos hotéis de Guarda, Belmonte, Covilhã e Fundão não parece alterado, para já, relativamente ao mesmo período em anos anteriores.
Os jogadores vão ficar alojados no Hotel Serra da Estrela, nas Penhas da Saúde, descendo diariamente para treinar no Complexo Desportivo da Covilhã, onde terão também dois jogos de preparação: no próximo dia 24, com Cabo Verde, e no último dia, com a selecção dos Camarões. Ainda assim, os responsáveis da indústria hoteleira da cidade não se mostram muito esperançados relativamente a um possível retorno com esta presença. «Temos meia dúzia de reservas, mas nada de considerável. É natural que haja maior expressão mais junto da data, até porque há muitos convidados que vêm de fora, mas, para já, nada de significativo a registar», adianta o director do Covilhã Parque Hotel, Luís Veiga, que também dirige o H2Hotel, em Unhais da Serra. Ali, «não há qualquer reflexo a nível do fluxo de clientes, até porque este hotel funciona de forma muito autónoma e para um grupo de pessoas específico, que procuram conforto e bem-estar», diz o empresário.
A menos de um quilómetro de distância do Complexo Desportivo da Covilhã, o Hotel Tryp Dona Maria parece ser, até ao momento, a unidade com mais procura, nomeadamente por parte dos jornalistas portugueses que vão acompanhar a estadia de Cristiano Ronaldo e companhia. «Visto ser um hotel que fica muito próximo do local onde a selecção vai treinar, já há cerca de 40 reservas de jornalistas especializados», refere o director. «De resto, está a haver muito especulação em torno da vinda da selecção, mas as expectativas estão muito abaixo», garante Luís Ferreira, que vai mais longe: «É um empolamento fruto do desconhecimento, o que dá origem a esta especulação», lamenta, dizendo que o Hotel Santa Eufémia, cerca de 300 metros acima, tem, até ao momento, «três ou quatro reservas».
Luís Ferreira defende que «nunca houve atractividade, nem vai haver», considerando mesmo que este estágio «não é, sequer, um acontecimento assim tão mediático». Contudo, revela que a divulgação está a ser feita, com bilhetes para os jogos, na tentativa de captar mais pessoas de fora.
«Especula-se muito»
Para 26 de Maio está agendado um treino no Estádio Municipal da Guarda. Talvez por ser uma “paragem” de apenas algumas horas, também os responsáveis de alguns dos principais hotéis da cidade mais alta do país não esperam tirar grandes dividendos desta presença. «Neste momento não se nota grande impacto. Poderá haver algum movimento lá mais para a frente, se as pessoas vierem ver o treino», considera a assistente de direcção do Lusitânia Parque. Ana Birra explica que «ainda não há mais fluxo de reservas. Inclusivamente, efectuámos um protocolo com uma agência de viagens, mas ainda não há retorno». Vítor Santos, vereador da Câmara da Guarda, revela que «há algumas reservas de jornalistas por causa da estadia de Cabo Verde, mas não por causa da selecção nacional, que vai estar pouco tempo na Guarda».
O Hotel Vanguarda também não regista, por enquanto, «grande movimento ao nível das reservas», assegura o director. Luís Veiga admite que tal se verifique «lá mais para a frente», acreditando que «seria uma boa oportunidade para a cidade, porque poderá ser uma opção válida para as pessoas não ficarem tão centralizadas só na Covilhã». O cenário de pouca procura mantém-se em Belmonte e Fundão. «A vinda da selecção não tem tido grande impacto. Não sabemos se mais em cima do acontecimento a situação se vai alterar, mas para já não notámos diferença nenhuma em relação a outros anos», revela a directora da Pousada Convento de Belmonte. Liliana Silva adianta que «está tudo dentro da normalidade para a época».
João Pinheiro, chefe de reservas do Hotel Belsol, também em Belmonte, é da mesma opinião. «Não há qualquer influência, até porque a Covilhã tem capacidade para absorver as pessoas que se esperam, ou então, nem vem tanta gente como se espera», considera. Também no Fundão, as expectativas não são elevadas. «Até agora, nada a registar», sublinha a administradora do Palace Hotel. Lúcia Santos acredita que quem tiver que fazer reservas irá «guardar-se para a última semana». Fonte autorizada do hotel O Alambique de Ouro disse, por sua vez, «não se verificar até ao momento grande influência por causa da vinda da selecção nacional à região», considerando que se «especula muito».
Rafael Mangana 
