ULS da Guarda vai centralizar o arquivo das unidades da Covilhã e Castelo Branco dos exames complementares de diagnóstico. As três administrações já chegaram a um entendimento e só falta a “luz verde” da candidatura ao SAMA.
As Unidades Locais de Saúde da Guarda e de Castelo Branco, em conjunto com o Centro Hospitalar da Cova da Beira, deverão vir a partilhar o PACS (Sistema de Arquivo e Comunicação de Imagens) Regional da Beira Interior. As três administrações já chegaram a um entendimento e só falta a “luz verde” da candidatura efetuada ao SAMA – Sistema de Apoios à Modernização Administrativa na ordem dos 600 mil euros.
O objetivo passa por «criar um arquivo central único a partilhar pelas três instituições com uma gestão única, que ficará com um arquivo centralizado na ULS Guarda», adianta o diretor do serviço de Informática da ULS Guarda. Algumas das vantagens do novo sistema são a economia de escala nas licenças, a rentabilização do data center da ULS guardense, a racionalização na aquisição de equipamentos ou a partilha de exames entre especialistas, sendo que, com um arquivo único, «vamos conseguir uma melhor qualidade assistencial». Ricardo Santos explica que o sistema recorre às redes informáticas para «a visualização e armazenamento» de imagens como Raio-X, TAC, ressonâncias magnéticas ou ecografias. O responsável indica que «há acordo entre os hospitais» e que, caso a candidatura seja aprovada, a estrutura ficará alojada na ULS da Guarda, o que representa um «mérito muito grande porque vamos rentabilizar o nosso data center muito bom que está pronto a ser inaugurado dentro de duas a três semanas, proporcionando aos nossos vizinhos alojamento para as suas aplicações e imagens».
Também os pacientes ficarão a ganhar com esta centralização, exemplificando que «caso um utente do distrito da Guarda precise de ser atendido na Covilhã ou Castelo Branco podemos ter acesso aos seus exames nessas instituições quando dantes só o podíamos fazer na nossa ULS». O diretor do serviço de Informática salienta que este tipo de organização está a ser difundido em várias unidades hospitalares por todo o país, atendendo a que, numa conjuntura de austeridade, as instituições «têm tendência a juntar-se para economizar», até porque «uma implementação destas ainda é um investimento considerável». A candidatura de 600 mil euros foi entregue a 20 de fevereiro e o SAMA é comparticipado a fundos comunitários em 85 por cento.
Auditoria aponta «falta de qualidade» no Serviço de Cirurgia
Uma auditoria da Ordem dos Médicos verificou um elevado número de complicações na sequência de tratamentos a neoplasias retais ou em cirurgia retal. De acordo com a edição da última segunda-feira do “Correio da Manhã”, a Ordem dos Médicos consultou os processos relativos a 22 doentes operados no Serviço de Cirurgia da ULS da Guarda e, na maioria dos casos, não encontrou registos clínicos referentes às operações, o que impediu a Ordem de tirar conclusões sobre o que terá provocado as hemorragias.
De acordo com o relatório elaborado pelo Colégio de Especialidade de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos, «não estão reunidas as condições de qualidade e segurança para a realização de cirurgia colorretal», acrescentando que «o serviço não reúne as condições necessárias e indispensáveis para a idoneidade formativa, que deverá ser reavaliada». Em declarações aquele diário, o presidente do Conselho de Administração da ULS da Guarda considerou que as complicações ocorridas se devem «a fatores diversos, comuns a este tipo de serviços», garantindo que os mesmos «não põem em causa a segurança do serviço». Vasco Lino acrescentou ainda que no ano passado foram realizadas 4.004 intervenções, tendo sido afetados 165 doentes, o que corresponde a 4,12 por cento. De resto, o presidente do CA sustenta que «como em qualquer Serviço de Cirurgia, aconteceram complicações pós-operatórias, cuja casuística parece enquadrar-se na média deste tipo de serviços».
Ricardo Cordeiro 
