Arquivo

Horas extraordinárias em cirurgias por pagar no Hospital da Guarda

Médicos e enfermeiros ainda não receberam por cirurgias adicionais efetuadas no segundo trimestre deste ano

Enfermeiros e médicos do Hospital Sousa Martins estão a reclamar, junto do Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, o pagamento de horas extraordinárias relativas ao programa especial de cirurgias, realizadas no segundo trimestre deste ano. Vários os profissionais subscreveram cartas enviadas ao presidente da ULS a exigir os pagamentos em falta, que na totalidade podem ascender aos 200 mil euros.

No passado 26 de outubro, um grupo de enfermeiros remeteu um pedido de reembolso ao CA e, no dia seguinte, vários médicos subscreveram uma carta no mesmo sentido e ainda um pedido de esclarecimento sobre a data em a instituição tenciona liquidar os valores das horas extraordinárias em falta. Os profissionais referem-se a cirurgias adicionais no âmbito do SIGIC – Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia. O programa foi criado em 2004 com o objetivo de combater as listas de espera de quem necessita de operações. Na Guarda, o pagamento destas horas extraordinárias a médicos, enfermeiros e auxiliares tem vindo a ser feito 70 dias depois de prestado o serviço, à exceção das cirurgias realizadas em abril, maio e junho deste ano, cujos valores ainda não foram liquidados.

Em declarações ao “Jornal de Notícias”, Fernando Girão, presidente do CA da ULS, confirmou o atraso no pagamento, mas desvalorizou os valores referidos, adiantando que se trata de «uma verba irrisória que medeia entre os 150 e 200 mil euros». «Não é por má vontade da administração, mas apenas porque vivemos em tempo de constrangimentos financeiros e fomos obrigados a suspender esse pagamento para fazer face a outros compromissos», esclareceu o responsável. Numa das cartas enviadas, os médicos questionaram também o CA sobre quando irá repor «as quantias indevidamente subtraídas» aos valores das horas extraordinárias de 2010. De acordo com estes profissionais, a instituição aplicou «erradamente» a redução percentual, instituída em toda a função pública a partir de janeiro deste ano, nas horas suplementares de 2010 que «por conveniência» da ULS apenas foram pagas em 2011. Até ao momento, a administração hospitalar ainda não respondeu às cartas remetidas, mas, segundo a lei, o destinatário tem 10 dias para o fazer.

Sobre o autor

Leave a Reply