Vemo-los por todo o lado, com especial predominância dentro e próximo de escolas, mas também nos meios de transporte, cinemas, centros comerciais, funerais, recitais de piano, enfim, por toda a parte. Esta subespécie do Homo sapiens, tem especial predilecção por um aparelho, de forma rectangular, emissor de radiação prejudicial aos seus cérebros, mas que, no entanto, lhe cria forte dependência. Normalmente está-se nas tintas para o sossego dos outros e utiliza-o para tudo, excepto, para fazer telefonemas. A sua posição preferida é: a andar, com o pescoço e costas arqueados sobre o objecto, enquanto digita furiosamente mensagens, normalmente desprovidas de qualquer conteúdo relevante. Coisas do tipo “Táx boa?”, “Kurtote bués” “Hoxe naum poxo ir ter ctg, o meu kota naum me dexa”ou “Vou faxer xixi, já te ligo”.
Agora mais a sério. Alguns especialistas receiam que a exposição prolongada às ondas electromagnéticas possa provocar, a longo prazo, um aumento do número de casos de cancro no cérebro. Parece que ainda não existem provas “ultra-hiper-mega-claras” que sustentem esta tese, e creio que, mesmo que essas provas apareçam, serão alvo de contestação, pois, as multinacionais das telecomunicações e os fabricantes de telemóveis, irão fazer tudo para que as suas gigantescas fontes de rendimento apareçam “inócuas” aos olhos do consumidor. Já há muito tempo que se recomenda que, por precaução, guardemos um perímetro de meio metro de um microondas quando este se encontra a funcionar, porque se sabe que este tipo de radiações é susceptível de provocar alterações nos nossos tecidos corporais. São radiações do mesmo tipo que nos podem “fritar” o cérebro quando falamos ao telemóvel. Por puro bom senso, deveríamos usá-los apenas quando estritamente necessário. Mas o que estamos a fazer é precisamente o contrário, abusamos das horas ao telemóvel e, pior do que isso é que estamos a comprá-los aos nossos filhos, contribuindo para, a médio prazo, lhes proporcionarem falhas de memória, perdas de concentração, dificuldades no sono, tumores cerebrais ou outras maleitas.
Quem nunca teve a desagradável sensação de sobreaquecimento da orelha sempre que a conversa se prolonga mais de dez minutos? Chama-se a isso “efeito microondas”. Num microondas os alimentos aquecem porque as radiações ao atravessá-los agitam as moléculas de água contidas nos mesmos, resultando daí calor; também os nossos tecidos são constituídos por células, estas por água, e os telemóveis aquecem essa água, pelo que não me parece que isso seja muito saudável nem para as células, nem para o indivíduo.
O grande problema surge, entre os jovens, quando o telemóvel se impõe como “o meio” de integração no grupo. Aí os pais são coagidos pelos seus rebentos a comprarem o aparelho, sob pena de a criança se sentir ostracizada pelos outros, se o não fizerem. Neste caso torna-se difícil, mas não impossível, para os pais manterem a atitude correcta – não comprar!
Tudo se encaminha para, a médio prazo, passarmos de uma “geração (à)rasca” para uma “geração ‘dãããh’, com cérebros fritos”. Se não acredita, vejamos alguns factos científicos, coligidos de uma rápida pesquisa na internet:
“Falar ao telemóvel 500 minutos por mês aumenta em 140% as probabilidades de contrair tumores cerebrais; 500 a 1.000 minutos – 300%” Fonte: Wire Technology Research, Journal of the American Medical Association.
“Existem 30.000 a 50.000 novos casos anuais de tumores cerebrais e oculares atribuídos ao uso de telemóveis.” – Epidemic Curve, Safe Wireless Initiative
“Homens que transportam o telemóvel à cintura ou nos bolsos, podem chegar a apresentar reduções na contagem de espermatozóides de 30%”- MSN.Com (ACA, Hungarian Research)
“As crianças estão mais sujeitas a danos celulares porque os seus crânios são mais finos, e o tecido celular nos seus cérebros está em desenvolvimento” – Dr. George de Carlo, epidemiologista.
Pense nisto quando estiver a pensar oferecer um “microondas portátil” ao seu filho.
Por: José Carlos Lopes