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Homem que matou mulher em acidente simulado condenado a 19 anos de prisão

Justiça

Rui Andrade, acusado de matar a mulher num acidente rodoviário simulado na zona de Seia, foi condenado pelo tribunal da Guarda, na segunda-feira, a 19 anos de prisão por homicídio qualificado.

O alegado acidente ocorreu em novembro de 2014 na estrada entre Furtado e Sandomil, na sequência de uma discussão sobre o relacionamento com a companheira Ana Rita, advogada, de 38 anos. Segundo a acusação, o arguido, motivado por ciúmes, agrediu a companheira e, «com o intuito de provocar na vítima lesões compatíveis com a tese de acidente e que permitissem ocultar as lesões que lhe havia infligido voluntariamente, decidiu simular a ocorrência de um acidente de viação». O arguido, agora com 39 anos, estava ainda acusado da prática de sabotagem informática mas foi absolvido pelo tribunal de júri deste julgamento iniciado a 25 de novembro. Durante as sessões, Rui Andrade, economista de profissão, negou sempre ter delineado um plano para matar a mulher.

Na leitura da sentença, o juiz referiu que durante o julgamento foi produzida «abundante prova» em relação aos factos provados e que, apesar de existir ausência de premeditação do crime, a morte de Ana Rita poderá ter resultado de um «momento de exaltação» do marido. Rui Andrade foi ainda sentenciado ao pagamento de uma indemnização de 266 mil euros às duas filhas do casal e de 3.575 euros aos pais da vítima relativos a despesas funerárias. No final, Hélder Fráguas, advogado de Rui Andrade, adiantou aos jornalistas que vai recorrer da decisão. Por sua vez, Victor Faria, advogado da família da vítima, considerou a sentença «positiva», embora tenha afirmado que a pena ficou «um bocadinho aquém daquilo que foi pedido» pelo Ministério Público e pela assistente.

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