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Histórias de Amor

Bilhete Postal

Fiz um passeio a S. Paulo na última semana e li uma série de pequenas histórias, em pequenos livros, acabando num teatro dentro do Hotel Renaissance. Depois comprei mais histórias que fui lendo ao longo dos dias enquanto esperava um jantar, uma reunião, um embarque. Todas as histórias falavam de amor e nunca o achei ridículo. Eram histórias de desencontros, de maus encontros, de dias inesquecíveis, de amores proibidos, de amores totais e de amores filiais. Num livro descrevia-se um velho no amazonas que lia mal, mas lia romances de amor e sonhava com a mulher “morrida” anos antes. Noutro, uma filha vingava o pai morto “de morte matada”. Amou o homem que o matou, encontrando a paz por vez da vingança. Noutro, havia um fabricante de seda que ia ao Oriente buscar os bichos-da-seda e trazia um amor impossível. No Renaissance vi uma peça formidável de um amor de amigas pela liberdade e pela diferença. Sempre o amor a tolher-me os gestos e a incendiar-me a imaginação. Li nestes dias como sempre gostei de ler: livros curtos com histórias ténues, bem contadas e fáceis de digerir. A literatura contemporânea também deve servir um fim de prazeres céleres, arrancados de uma espera, de um momento inesperado, arrancando dum livro páginas imortais em um instante.

Por: Diogo Cabrita

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