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Helicóptero com 12 saídas desde sexta-feira

Brigadas helitransportadas estacionadas na Guarda não têm tido mãos a medir desde 1 de Julho

Entrou ao activo na última sexta-feira e, até à hora do fecho desta edição, já contava no seu currículo com 12 saídas, duas das quais efectuadas na terça-feira. De fabrico francês, o helicóptero “Ecureuil” [Esquilo] de combate a fogos florestais estacionado na helipista do Hospital da Guarda teve uma estreia em grande nos últimos dias. O regresso do calor e alguma intensidade de vento não deram propriamente descanso ao piloto e às brigadas helitransportadas que vão actuar a partir da cidade até 30 de Setembro.

Bem mais calmo foi o primeiro dia. A tripulação e os primeiros cinco bombeiros, da corporação da Guarda, escalados para o serviço receberam a visita de uma comitiva de Pinhel. Os populares, com formação para vigilantes, tiveram direito a uma pequena demonstração da actuação da brigada, mas puderam sobretudo saciar a sua curiosidade em relação ao helicóptero. O piloto, de nacionalidade brasileira, explicou alguns segredos do aparelho e solicitou a colaboração dos presentes para facilitar o trabalho deste meio aéreo ligeiro. Um pedido que se alarga a toda a população do distrito e que consiste na limpeza e desobstrução da envolvente dos pontos de água localizados nas suas propriedades, piscinas inclusive. «Desde já aqui fica o meu pedido de desculpa pelos eventuais prejuízos que poderemos causar, mas também a garantia de que vamos actuar de forma a evitar esses danos. Para isso, esperamos contar com a vossa ajuda», disse o piloto. Manuel Rodrigues, comandante dos Bombeiros de São Romão e coordenador das duas brigadas helitransportadas instaladas na Guarda, acrescentou que esse apoio pode ser determinante. «Um balde ou dois retirado de uma piscina pode ser fundamental para apagar um fogo que pode tornar-se num incêndio muito grande. E nós podemos resolver o problema rapidamente utilizando aquela água», adiantou, lamentando haver ainda muita gente que não queira colaborar com os bombeiros.

«Algumas pessoas têm medo de pôr as piscinas à disposição dos meios aéreos porque ficam sem água. Isso nunca acontece, porque basta-lhes comunicar aos bombeiros da zona que a sua foi utilizada como ponto de abastecimento que repomos a água na piscina», garante. De acordo com Manuel Rodrigues, este helicóptero está vocacionado para «atacar» os fogos nascentes. Está equipado com um balde com capacidade para armazenar cerca de 900 litros de água e dispõe de cinco lugares, onde seguem os cinco elementos da brigada cuja missão é instalar o balde e actuar de imediato no local do incêndio. «A nossa missão é intervir num raio de 30 quilómetros, que é uma área muito grande do distrito, e evitar que as chamas ganhem demasiadas proporções», refere o responsável. Uma tarefa em que deverão revezar-se alguns elementos das corporações da zona 1, isto é Guarda, Gonçalo, Manteigas, Almeida, Figueira, Pinhel e Sabugal. É que durante a campanha, que termina a 30 de Setembro, deverão estar em permanência na helipista um mínimo de 10 pessoas por dia, 24 horas sobre 24. Para tal foram instalados dois contentores que servirão de sala de operações e de camarata.

No distrito há mais dois helicópteros em Aguiar da Beira e Seia, mas cada um deles tem uma acção claramente definida: «Fundamentalmente acorrem à primeira intervenção nesses 30 quilómetros de raio e só poderão ser chamados para outras zonas se houver segunda intervenção e consoante a sua disponibilidade», indica Manuel Rodrigues.

Luis Martins

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