O meu primeiro contacto com a Rádio ocorreu ainda quando aluno do, então, Liceu Nacional da Guarda, em 1976. No ano seguinte, deixei este estabelecimento de ensino (como docente regressei em 1983) mas a ligação à rádio continuou.
Na Rádio Altitude (à época a transmitir apenas em onda média) comecei por colaborar com o programa “Língua e Linguagem” (cujo produtor era o Prof. Madeira Grilo) e posteriormente a minha intervenção alargou-se quer à animação, quer à área da informação e produção de programas. Recordo espaços como o “Nocturno 3”, “Frequência”, “Regional 7” ou “Passado e Presente” (um programa vocacionada para questões do património histórico cultural).
Com o decorrer dos anos ampliou-se o trabalho jornalístico, propriamente dito, e a Rádio coexistiu durante muito tempo com a actividade na imprensa regional e nacional. Colaborei com vários jornais e durante alguns anos (ainda no período em que Mário Mesquita era director) fui correspondente, no distrito da Guarda, do Diário de Notícias.
Mais tarde surgiu o Notícias da Guarda, que dirigi enquanto foi publicado, mas a ligação à Rádio prosseguiu, com uma passagem pela RDP – Rádio Guarda. Na Rádio Altitude a minha actividade continuou, depois, até finais de 1994. O trabalho jornalístico manteve-se ao nível da imprensa regional, no Notícias da Covilhã e depois no Diário da Guarda; fica o registo, ainda, de uma colaboração (como cronista) com a Rádio F (Guarda).
A minha ligação à Rádio Altitude foi restabelecida (a convite da actual direcção) em 2007, para exercer as funções de Provedor do Ouvinte (uma figura que, com excepção da Rádio pública, apenas existe, no plano nacional, na RA).
Entretanto, e como hoje a actividade comunicativa passa igualmente pela blogosfera, surgiu o “Correio da Guarda”, um blog de “notícias, apontamentos e registos diversos”.
Ao longo destes anos a ligação à rádio e à imprensa assim como o desenvolvimento de alguns projectos a nível académico deram o mote para a execução e publicação (alguns em revistas de carácter cultural) de vários trabalhos. A título de exemplo poderei mencionar “Rádio Altitude: uma voz de solidariedade beirã”, “Ladislau Patrício: guardense, médico e escritor”, “O Dever da Memória: uma rádio no sanatório da montanha” (que incide sobre a história do Sanatório Sousa Martins e o aparecimento e evolução da Rádio Altitude) ou “Ernesto Pereira – um paladino da Guarda”; para a colecção “O Fio da Memória”, editada pela Câmara Municipal da Guarda, escrevi alguns textos sobre “A Casa Espigado”, “Um Aragonez da Rádio” (um breve apontamento biográfico sobre Emílio Aragonez, uma voz da Rádio Altitude), “Cavaletes da Memória” (sobre a Tipografia Beira Serra) e “As Facas do Verdugal”.
Tenho procurado, sobretudo, incidir em temas que digam alguma coisa à Guarda e sejam um contributo para a (re)descoberta por parte dos guardenses, traduzida numa valorização do nosso património, globalmente entendido. Aliás, é nessa linha que tenho já delineados outros trabalhos.
De tudo isto tem resultado uma enriquecedora experiência e a vontade de continuar a desenvolver novos projectos que se possam consubstanciar numa intervenção cívica em prol da cidade e da região, onde estou por opção pessoal.
Helder Sequeira
Helder Sequeira. Nasceu em 1959. Possui o Mestrado em Museologia e Património Cultural, conferido pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; é Licenciado em História pela mesma Faculdade; tem o curso de Pós-Graduação em Direito da Comunicação, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Foi director do jornal Notícias da Guarda, da Rádio Altitude, jornal Guarda Press e Diário da Guarda, tendo colaborado com o Diário de Notícias e RDP-Rádio Guarda, entre outros órgãos de informação.
Quadro superior do Instituto Politécnico da Guarda, Helder Sequeira tem publicados vários trabalhos na área da comunicação, radiodifusão sonora e património histórico-cultural, temáticas que continuam a merecer a sua atenção.