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Haco Etiquetas já fez ajustes de pessoal para manter estabilidade

Empresa brasileira sediada no Parque Industrial do Canhoso está a desenvolver controlo das áreas de negócio para reduzir custos

A «redução de custos» e os «ajustes» de funcionários são algumas das medidas que a administração da empresa Haco Etiquetas, no Parque Industrial do Canhoso, está a levar a cabo para enfrentar a crise económica.

A situação não é tão grave como a que as confecções e empresas têxteis da região enfrentam com a liberalização do sector – por se dedicarem exclusivamente à confecção de etiquetas de roupa -, mas mesmo assim «a situação não é a mais favorável», salienta o administrador da unidade, Paulo Marraça. «Há uma forte concorrência e somos obrigados a descer os preços. Em contrapartida, aumentam os custos de fornecimento», salienta. Daí que a principal preocupação desta empresa brasileira, ali instalada desde 1993, seja «reduzir ao máximo os custos fixos», utilizando para isso um «controlo» e uma «monitorização elevada» de todas as áreas de negócio. Exemplo disso é a confecção exacta da quantidade das etiquetas que os clientes exigem. «Neste momento, os clientes compram apenas aquilo que encomendam. Não compram a mais nem a menos. Apenas o que necessitam», esclarece, pelo que a nova “política da casa” consiste em evitar os desperdícios.

A «rentabilização dos recursos» é também apontada como uma medida essencial para que a empresa continue a manter-se estável. Nesse campo, tem havido alguns despedimentos. «Nada de excepcional. Despedimos cerca de uma dezena de pessoas», desdramatiza Paulo Marraça, ao lembrar que a unidade labora actualmente com 72 pessoas. A complicar a sobrevivência está também o aumento dos impostos e a «falta de apoios» às empresas do interior do país. «Nesta zona, faltam os apoios que se verificam no Norte e litoral», lamenta o administrador. A ausência de valências essenciais à manutenção da maquinaria fabril, como os serralheiros, é outra das lacunas que Paulo Marraça aponta. «No Brasil, temos uma dimensão completamente diferente e isso permite-nos ter outro tipo de serviços. Aqui, é impossível, pois os serralheiros da região dedicam-se à construção civil e é difícil ter da sua parte um serviço rápido», exemplifica. De resto, e apesar da fase complicada que a economia europeia atravessa, Paulo Marraça assegura que a empresa está estável e que até tem «melhorado» a produção.

E isto porque, além de já terem clientes fixos, não sentem ainda a concorrência acentuada dos países asiáticos, pois dedicam-se apenas a um componente têxtil que se incorpora na peça de roupa. E a concorrência dos mercados do Leste europeu também não se fazem sentir, visto que o grupo possui uma unidade nessa zona. A Haco é uma empresa líder no Brasil, detendo 70 por cento do mercado nacional de etiquetas e está entre as maiores do mundo em volume de produção, exportando para mais de 30 países, especialmente Europa, Estados Unidos e América Latina.

Liliana Correia

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