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“Há mais movimento, mas nas vendas não há melhorias”

O INTERIOR foi saber a opinião de alguns comerciantes acerca da animação de Natal na Praça Velha

Este ano, na Guarda, as tradicionais luzes natalícias foram substituídas por um globo à escala humana que está instalado na Praça Velha. A iniciativa surge no âmbito da animação de Natal levada a cabo pela Agência de Promoção da Guarda (APGUR) que pretende atrair visitantes ao centro histórico da cidade e dinamizar o comércio local. Neste contexto, O INTERIOR saiu à rua para saber o que pensam os comerciantes desta iniciativa, e se a animação no centro da cidade está também a “animar” as vendas.

Maria Hermínia Lopes, da Casa do Bom Café, destaca que «há mais movimento, o que já é alguma coisa de positivo», mas tal não se tem repercutido em vendas, até porque «muitas vezes quem vem para uma coisa não vem para a outra». Esta comerciante lamenta o facto de o globo ter estado encerrado no dia 8, uma vez que, por ser feriado, seria um dia por excelência para trazer as pessoas ao centro da cidade. Quanto ao investimento no globo de natal, Maria Hermínia Lopes não se mostra nem contra nem a favor, mas afirma que «se não se investir para tentar atrair as pessoas, ainda é pior», lembrando que «se o município nada tivesse feito, a esta hora estaria a ser acusado disso mesmo, de nada fazer em prol do centro da cidade». «Não podemos ser radicais ao ponto de condenar tudo o que se faz», conclui.

Para Bolota Ramos, do Quiosque dos Balcões, a influência das animações no volume de vendas do comércio tradicional «é zero». Na sua opinião, «estas iniciativas não dão nada. O que dava uma verdadeira animação ao centro era estas lojas todas que estão fechadas, estarem todas a funcionar», acrescenta. Quanto ao investimento no globo, o comerciante não se mostra totalmente contra, mas diz que «podia ter sido feito algo diferente». Desagrada-lhe a «paisagem nórdica» utilizada no globo, quando «o que não falta são postais da Serra da Estrela com neve que podiam e deviam ter sido utilizados». Para o aumento do movimento, este comerciante defende a existência de uma zona de estacionamento na Praça, «isso é faria bem ao comércio local», disse.

Vítor Reis, da Casa Espigado, também não nota melhorias nas vendas, nem mesmo com a adesão do comércio local à campanha do globo, mas vai dizendo que «há mais movimento, e ainda bem porque esta zona da cidade tem sido um pouco esquecida». No que respeita ao investimento feito no referido globo, este comerciante considera que constitui «uma mais-valia para a Praça, porque se não houver por aqui qualquer tipo de atividade, as pessoas não vêm», mas devia ter sido também realizado um investimento na iluminação, «nem que fosse de forma modesta, pois dava outro impacto».

Na opinião de Miguel Frias, da Alquimia do Paladar, «tem havido mais movimento, e só por aí o objetivo já é cumprido, porque o ato de comprar já parte da vontade de cada um, e o máximo que a autarquia pode fazer é atrair gente para o centro». Dá, por isso, os seus «parabéns pela iniciativa». O investimento é, para este comerciante, justificado, porque o globo «é interessante e é indiscutível que faz movimentar um espaço que estava de certa forma adormecido».

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