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«Há associações com quatro anos de quotas em atraso»

Gil Barreiros foi eleito presidente da Federação de Bombeiros da Guarda e quer sanear financeiramente a instituição

No cargo interinamente desde Março de 2008, Gil Barreiros foi eleito, no último sábado, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda (FBDG). Com uma lista onde a esmagadora maioria das associações está representada, uma das prioridades do médico de Gouveia é «sanear financeiramente» a instituição.

Uma tarefa que assume «difícil», ainda para mais quando «há associações com quotas em atraso», algumas das quais «não pagam há quatro anos», lamenta, revelando que o valor ascende a 300 euros por ano, o que é «pouco». No entanto, caso o dinheiro em falta «entrasse, haveria outra folga para podermos respirar melhor», refere, indicando que, em virtude das dificuldades, «temos que lançar mão do mecenato». «Dar voz à Federação e torná-la uma voz ouvida em todo o processo de reestruturação e modernização dos bombeiros» é outra das propostas do também presidente da Associação Humanitária de Gouveia. A FBDG também vai continuar «a tentar investir bastante» no sector da formação», isto porque o voluntariado é uma «força muito grande e pode ser-se voluntário, mas tem que se ter uma acção profissionalizada», realça. Em relação à velha ambição da construção da sede junto ao quartel dos bombeiros da Guarda, havendo já terreno disponível, Gil Barreiros reconhece que, «neste momento, com as verbas que entram na Federação, não é possível concretizá-la».

Por isso, o recém-eleito ironiza que o projecto «está a marinar», acreditando que possa haver uma alteração na legislação de forma a permitir à Federação concorrer a fundos comunitários, como sucede com as associações. Sobre o facto de não ter tido oposição neste acto eleitoral, em que obteve 35 votos a favor, assume que teria tido «outro gosto e outra vitalidade» se tivesse tido adversário. No entanto, mostra-se satisfeito com o «consenso» conseguido, uma vez que na sua lista estão representadas «praticamente todas as associações do distrito», à excepção das corporações de Famalicão da Serra, Figueira de Castelo Rodrigo e São Romão. «Por vontade minha, houve um grande reforço da posição dos comandantes na lista, pois entendo que bombeiros são homens com e sem farda. A direcção tem que ter uma boa representação de homens com farda e consegui arranjar cinco comandantes, entre efectivos e vogais», sublinhou. Além de ter representantes de «todo o distrito», a equipa eleita inclui «um reforço de gente da Guarda ou que residam na cidade, porque isso trará maior funcionalidade e operacionalidade à Federação», disse ainda.

Sobre a interinidade na presidência durante cerca de 10 meses, o novo líder dos bombeiros diz que é a «pior das situações» e que «a legitimidade da votação confere uma força muito maior para exercermos o nosso mandato». Gil Barreiros tem como vice-presidentes Luís Carrilho e Álvaro Melo, respectivamente presidentes das Associações do Sabugal e de Fornos de Algodres, e, «pela primeira vez», um vice-presidente comandante que é José Marques, de Celorico da Beira. Como tesoureiro continua Rui Monteiro, do Soito. Madeira Grilo, que abandonou a presidência da Federação por motivos de saúde, vai presidir à Assembleia-Geral, tendo Álvaro Guerreiro como vice-presidente e Maria Benedita Dias, do Soito, como secretária. Já o Conselho Fiscal é liderado por Vítor Silva, de Pinhel, enquanto António Lourenço de Foz Côa é o secretário e Jaime Ferreira, de Vila Franca das Naves, como relator.

Ricardo Cordeiro

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