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«Há a preocupação de colocar a região em contacto com os grandes nomes da literatura portuguesa»

Cara a Cara – João Morgado

P- Quais os objetivos do festival literário “Diáspora”?

R- António Dias Rocha, presidente da Câmara de Belmonte, definiu para o concelho uma política cultural diversificada e para diferentes níveis. É aqui que se insere o festival. «Ler é uma trave-mestra na formação pessoal dos nossos jovens e tudo faremos para fomentar a cultura entre os mais novos», referiu o autarca. Para além do incentivo à leitura por parte dos mais novos, que vão lidar com escritores e ilustradores, há também a preocupação de colocar a região (e não só Belmonte) em contacto com os grandes nomes da literatura portuguesa, ouvir o que têm a partilhar connosco, poder interpelar a sua escrita, as suas ideias…

P- Quais são as expetativas para a segunda edição?

R- Este não é um evento para multidões, como a feira medieval… Mas tem um público específico, professores, alunos, amantes da leitura. Teremos certamente pessoas interessadas e participativas em todas as mesas. O “Diáspora” – Festival Literário de Belmonte é um acontecimento de toda a região, quem gosta de literatura não pode ficar em casa. É a possibilidade de falar cara-a-cara com muitos dos escritores que admiram, de pedir autógrafos, de trocar ideias…. São oportunidades que não se devem desperdiçar!

P- Qual o tema central desta edição? O que destaca?

R – Não tem um tema específico. São várias as mesas e os assuntos a abordar pelos convidados e pelo público. Permitam-me destacar o tema de abertura, na sexta-feira à noite, “Em nome de Deus”, o debate que se impõe nos nossos dias. Em nome de Deus cometeram-se os maiores genocídios e criam-se as maiores mentiras. É preciso debater o terrorismo de Paris mas de todo o mundo, a questão do extremismo religioso, a crise dos refugiados… perceber como a política tomou conta da religião e vice-versa. Teremos como convidados o padre Carlos Lourenço, como anfitrião da igreja matriz; Jaime Nogueira Pinto, Pedro Mexia e Nuno Tiago Pinto, um jornalista que efetuou reportagens na Síria. Um debate da atualidade, imperdível!

P- O que faz do “Diáspora” diferente dos outros festivais literários?

R – Não tem longas intervenções. É um programa apostado no debate de ideias, com painéis rápidos, temas diferenciados, o que permite uma dinâmica interessante e a resposta a públicos diferentes. Depois tem o trabalho importante com os alunos das escolas, uma aposta nas futuras gerações e nas dinâmicas de leitura.

P- O que destaca no programa?

R- Este ano teremos dois nomes brasileiros, Adrea Zamorano e João Paulo Cuenca, o que sublinha a nossa vertente cultural com o Brasil. Chamava ainda a atenção para as exposições de ilustração e cartoon, este ano com dois grandes nomes: Afonso Cruz e Vasco Gargalo.

João Morgado

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