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GX Guarda é bi-campeão nacional por equipas

O estreante Clube de Xadrez de Seia classificou-se na quarta posição, bem longe da despromoção

Contra as melhores previsões dos seus responsáveis, o Grupo de Xadrez da Guarda revalidou o título de campeão nacional por equipas. O GXG andou sempre na frente do torneio que terminou domingo em Benfica, com sete vitórias, um empate e uma derrota, numa prova em que Rui Encarnação foi considerado uma das grandes revelações. Também o Clube de Xadrez de Seia, que se estreou na Iª Divisão, obteve uma excelente classificação com o quarto lugar, atrás dos favoritos Diana de Évora e Boavista.

Kevin Spraggett, Javier Moreno, António Ferreira, Rui Encarnação e Manuel Martins, embora este não tenha jogado na fase final, foram os obreiros da renovação do título nacional. Apenas à sétima jornada, o GXG perdeu a sua invencibilidade, sendo derrotado pelo Boavista por 2-0. Antes, a equipa da Guarda apenas amealhou vitórias, assumindo o comando de forma isolada logo na segunda ronda, perante Caneças (3-0), CX Seia (3-0), Pontinha (2-0), Diana de Évora (2-1), GX Porto (2,5-1,5) e Odivelas (2-0). Na oitava e penúltima jornada, o campeão nacional venceu a Académica de Coimbra por 2,5-1,5. Desta forma, necessitava apenas de empatar na ronda final para festejar a revalidação do título nacional, o que veio precisamente a acontecer diante do Barreirense (2-2), perfazendo um total de 24 pontos. António Ferreira, um dos xadrezistas que ajudou à proeza e é simultaneamente presidente da direcção do GXG, ficou radiante com a conquista do campeonato, ainda para mais quando uma das suas prioridades ao assumir a liderança da colectividade era apostar na formação em detrimento da competição: «Foi uma agradável surpresa porque outras equipas investiram muito», diz, relembrando que do quarteto campeão, apenas dois são profissionais: Spraggett e Moreno. Os xadrezistas dos dois primeiros tabuleiros «ofereciam garantias» à partida do campeonato, enquanto que no terceiro e no quarto estavam «as grandes incógnitas» da competição, o próprio e Rui Encarnação, que não jogam xadrez de forma profissional há dez e 15 anos, respectivamente, mas que acabaram por «superar todas as expectativas», alcançando «performances de profissionais», regozija-se o presidente do GXG. Nesse sentido, considera que o torneio foi ganho «no terceiro e no quarto tabuleiro» e elege Rui Encarnação como a «grande surpresa e principal arma» da equipa.

Primeira vez que um clube chega ao título com um jogador sem Elo FIDE

«Muito satisfeito» com a prestação alcançada nos nacionais ficou Rui Encarnação, que confessa só ter decidido participar na competição dois dias antes do seu início, daí que não se tenha preparado da forma mais adequada. No entanto, a falta de preparação não o impediu de ser considerado uma das revelações do campeonato, obtendo quatro vitórias, nas primeiras rondas, três empates e duas derrotas. O também campeão distrital salienta ainda ter sido «a primeira vez que um clube foi campeão com um jogador sem ELO FIDE (Federação Internacional de Xadrez)». Por sua vez, o Clube de Xadrez de Seia ainda chegou a sonhar com a subida ao pódio, mas o desaire na última ronda frente ao Boavista (2,5-1,5) deitou por terra essa possibilidade. Apesar de não ter conseguido chegar ao terceiro posto, a formação senense, que apostou em Alfonso Romero, Amador de la Nava, Paulo Costa, Jesus Maria Iruzubieta e Francisco Sanz, conseguiu um meritório quarto lugar, graças a quatro vitórias, dois empates e três derrotas, contabilizando 19 pontos. O campeonato da I Divisão de Xadrez foi disputado por dez clubes, jogando todos contra todos, com os dois últimos classificados, Pontinha e Caneças, a trocarem de lugar com a Academia de Xadrez da Maia e os “Peões” de Alverca, campeões da IIª Divisão. Entretanto, começa este sábado, em Lisboa, o Campeonato Nacional Individual, mas até agora apenas Manuel Martins (GXG) confirmou a sua presença, numa prova em que Paulo Costa (CX Seia) também deverá participar. Rui Encarnação ainda não decidiu se vai jogar porque está «completamente de rastos» depois da participação no Nacional por equipas, onde jogou com temperaturas a rondar os 40 graus. De qualquer forma, se resolver participar, o seu grande objectivo é ficar na «metade de cima da tabela», entre os 15/20 primeiros, reforça o campeão distrital da Guarda.

Ricardo Cordeiro

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