A Câmara da Guarda vai avançar com a construção de três centros educativos no próximo ano na Sequeira, Gonçalo e Porto da Carne, bem como na recuperação das escolas das Lameirinhas e da Guarda-Gare. Para mais tarde fica uma estrutura semelhante a erigir na zona da Póvoa do Mileu, já que a autarquia ainda não encontrou o local para a edificar. Ao todo, a autarquia vai investir nestes projectos mais de cinco milhões de euros, num concelho afectado por uma realidade contraditória com o despovoamento das freguesias rurais e uma sobrelotação dos estabelecimentos da cidade.
Os projectos para os centros educativos da Sequeira, Gonçalo e do Mondego, a construir na antiga escola do primeiro ciclo do Porto da Carne, deverão estar concluídos até ao final deste ano, para as obras se iniciarem em 2008, adianta Virgílio Bento. Sobre a data de conclusão dos trabalhos, o vereador da Educação na autarquia da Guarda considera «difícil» e «prematuro» avançar com um prazo, embora tenha frisado que «gostaria que estivessem concluídos no final deste mandato», ou seja, em 2009. O centro educativo da Sequeira, a construir na antiga Cooperativa das Frutas, é o mais caro dos três projectos, num investimento de 1,983 milhões de euros. Já o projecto do Mondego custará 1,320 milhões e o de Gonçalo 792 mil euros. Para mais tarde ficará outro centro educativo «importante», a construir na zona da Póvoa do Mileu, onde o problema é arranjar «um espaço que tenha alguma localização, determinada área e que não seja muito oneroso», adianta. De resto, o eixo que vai da Póvoa do Mileu à zona da Sequeira sofre do «problema de sobrelotação», reconhece. Quanto aos centros educativos de Gonçalo e Porto da Carne localizam-se em zonas rurais com uma «maior concentração populacional», tendo por objectivo responder às necessidades da envolvente, em que «há um conjunto de aldeias com escolas com menos de 10 alunos».
O responsável realça a necessidade de se avançar com um «novo modelo de escola» capaz de «responder a todas as exigências que hoje a educação tem», daí que, para além de salas de aula, têm que ter salas para actividades de enriquecimento curricular, ocupação de tempos livres, biblioteca, refeitório, espaços para informática e para a prática de educação física, entre outras valências. A autarquia prevê ainda investir 1,148 milhões de euros na recuperação das escolas das Lameirinhas e Guarda-Gare, dando continuidade ao plano de revitalização do parque escolar da sede do concelho.
Virgílio Bento destaca que, «em dois anos», o município passou de 61 para 40 escolas, tendo este ano encerrado as escolas do Alvendre, Adão, Benespera, Vila Garcia e Vela, bem como os jardins-de-infância de Arrifana e Alvendre. O ano lectivo começou na última sexta-feira para 620 alunos da educação pré-escolar, distribuídos por 35 jardins-de-infância, e 1.674 alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico, que frequentam 40 escolas. Virgílio Bento realça que, no âmbito do programa “Internet nas escolas”, o município gastou 148 mil euros a equipar com computadores todos os estabelecimentos do concelho. Entre subsídios para livros, material escolar e refeições de alunos carenciados, a autarquia vai dispender 189 mil euros. Já no que toca a transportes, e excluindo os trajectos feitos pelas viaturas da Câmara, a edilidade prevê gastar 450 mil euros. Entretanto, o vereador adiantou que a Carta Educativa, um documento «importante e estratégico para a definição da política educativa do município», será homologada em Outubro.
Ricardo Cordeiro