Cerca de 500 profissionais de saúde de todo o país e da Europa são esperados na Guarda, nos dias 29 e 30 de setembro, para participarem nas Jornadas Ibéricas da Ortopedia e no Congresso da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) da Guarda.
A novidade da terceira edição do congresso será uma “mass training”. Os técnicos da VMER, auxiliados por operacionais dos bombeiros da Guarda e da Cruz Vermelha de Vilar Formoso, estarão no dia 30, a partir das 15 horas, no Parque Urbano do Rio Diz para informar e alertar a população para algumas medidas de suporte básico de vida. Já o habitual simulacro vai decorrer no campus do IPG na véspera, pelas 17 horas. «Ainda está a ser finalizado, mas penso que será uma coisa bem conseguida e com resultados práticos para a nossa atuação no dia-a-dia», sublinhou o coordenador da VMER Guarda, Pedro Caldes. Segundo o enfermeiro Bruno Macedo, este exercício possibilitará às pessoas «ver in loco a nossa capacidade de atuação». O número de inscritos no congresso ainda não é oficial, mas a organização espera que ultrapasse os cerca de 350 participantes no último.
Por esses dias serão ainda abordados temas que vão das situações mais básicas às relacionadas com a ética, bem como outras que requerem soluções mais inovadoras por parte das equipas do INEM. «As questões éticas, as decisões de reanimação, as decisões de não transportar doentes para o hospital, tudo isso pode ser um pouco obscuro na nossa decisão, mas entre todos vamos conseguir debater esse tema e tirar algumas conclusões», garantiu Pedro Caldes, adiantando que as particularidades no socorro de um ato terrorista serão também debatidas. Paralelamente, no dia 30 realizam-se as Jornadas Ibéricas do Ombro, no Hotel Vanguarda, que contam já com mais de cem inscritos. De acordo com o diretor do serviço de Ortopedia e responsável pelo evento, Luís Camarinha, as Jornadas trarão à Guarda «referências nacionais e internacionais para melhorarmos a qualidade e capacidade da ciência no distrito».
O médico aproveitou a oportunidade para dizer que a ULS Guarda pode fazer cirurgias nas áreas do ombro, coluna e anca, mas para isso é necessária «tecnologia suficiente para que os médicos se possam fixar e se possa fazer cirurgia programada e diferenciada». «É uma pena os doentes da Guarda não terem acesso a esse tipo de cirurgias e terem que recorrer a hospitais de fora quando temos médicos que podem exercer», reforçou Bruno Maia. O médico sublinhou que são cirurgias «caras, mas que se praticam todos os dias» e também podem ser feitas nos hospitais do interior. Para Isabel Coelho, presidente do conselho de administração da ULS, estes dois eventos trarão muito movimento à cidade e serão essenciais em termos de formação: «Se a formação é importante em qualquer profissão deste mundo, muito mais o é nas profissões cujo humanismo leva a que estejamos sempre ao dispor dos nossos utentes», disse a médica.
Sara Guterres