Com 1.532 hectares queimados, a Guarda é o distrito com mais área ardida desde o início do ano em Portugal. A boa notícia é que, comparativamente a igual período do ano passado, até agora arderam menos 874 hectares.
De acordo com o último relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), entre 1 de janeiro e 15 agosto, registaram-se no distrito 226 ocorrências, maioritariamente fogachos (217), cuja área ardida é inferior a um hectare. Nestes sete meses e meio houve ainda 99 incêndios, tendo sido pasto das chamas 190 hectares de povoamentos e 1.342 hectares de matos, o que totaliza 1.532 hectares. Pelas contas do ICNF, a Guarda regista a maior área ardida, à frente dos distritos do Porto (1.273 hectares) e Viana do Castelo (819). O relatório divulgado na semana passada já inclui na lista dos grandes incêndios dois fogos que deflagraram no distrito. A saber, o registado em Maçal do Chão (Celorico da Beira) a 27 de julho, e que consumiu 267 hectares, e o de Pinhel (31 de julho), em que arderam 156 hectares de mato.
Em termos nacionais, o Instituto indica que os incêndios florestais consumiram 8.645 hectares – «cerca de um quinto do total registado no mesmo período de 2013» –, diminuição que justifica com condições meteorológicas caracterizadas por um inverno muito chuvoso e um mês de julho com valores médios de temperatura do ar inferiores à “normal climatológica” de 1971-2000. «O ano de 2014 é, até 15 de agosto, o terceiro melhor desde 2004 em termos de área ardida», refere mesmo o relatório, apontando 2007 e 2008 como os melhores anos em matéria de incêndios. Ainda assim, as estatísticas do ICNF mostram que julho é, até ao momento, o mês com mais incêndios: um total de 1.320 fogos, responsáveis por 1.816 hectares de área ardida. Contudo, junho lidera em termos de área ardida: 2.055 hectares queimados. Até agora, o maior incêndio deste ano aconteceu em Aboadela, no Porto, e destruiu 974 hectares de floresta.