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«Foi muito importante o ingresso no GCA Donas numa altura difícil da minha carreira»

Cara a Cara – Catarina Carvalho

P – Nesta época sagrou-se Campeã de Portugal e de sub-23 nos 3.000 metros obstáculos, para além de ter sido terceira no Campeonato Nacional de Corta-mato e de ter sido chamada a representar a seleção nacional. Esperava uma prestação tão positiva depois de ter sido afetada por um problema de saúde durante um ano e meio?

R – É uma pergunta interessante. Sinceramente não esperava fazer uma época com estes resultados, depois de ter passado por uma fase difícil que psicologicamente me afetou, mas tive sempre gente que me apoiou e que nunca desistiu de mim. Depois de começar a tratar o meu problema de saúde comecei a chegar perto dos tempos que tinha e passado uns tempos já estava a melhorar alguns, mas não me passava pela cabeça fazer uma época como esta depois de passar por tantos problemas. Foi fantástica.

P – Tem uma disciplina de eleição no atletismo?

R – Ainda não sou especialista, mas gosto de fazer os obstáculos. É uma prova diferente, demora mais tempo que os 3.000 metros planos, mas passa de uma maneira diferente.

P – Até que ponto foi importante o ingresso no Grupo de Convívio e Amizade nas Donas numa altura difícil da sua carreira?

R – Foi muito importante, nem sei se os seus responsáveis sabem o quanto foi importante para mim. Foi uma fase difícil, eu não estava bem e até o meu treinador acabava por não estar. E nesse momento haver clubes interessados em mim serviu para me mostrar que afinal alguém sabia o que eu valia e que me queria mesmo apesar de eu estar menos bem e a passar por uma fase difícil. Escolhi ficar com o GDCA Donas porque, em conjunto com o meu treinador e a minha mãe, achei ser a melhor proposta. Foi mesmo muito importante para mim.

P – Espera continuar no clube?

R – Sim, espero. O clube tem pessoas fantásticas que apoiam os atletas, felicitam-nos pelos nossos resultados e, acima de tudo, sempre me apoiaram e acreditaram em mim. Deram-me todas as condições necessárias para poder evoluir e ter o melhor rendimento possível. Gostava que o GCA Donas pudesse reunir condições para que eu o possa continuar a representar.

P – Caso venha a receber convites de outros clubes admite mudar para outro clube? Tem algum favorito?

R – Não, não mudo facilmente de clube. Tenho de analisar primeiro as propostas e depois ver o melhor, mas espero não ter que mudar. O meu favorito neste momento continua a ser o GCA Donas, pois sinto-me lá bem, foi um dos clubes que numa altura menos boa da minha carreira me propôs ingressar nas suas fileiras.

P – Quais são as suas grandes ambições no atletismo? Até onde acredita que pode chegar?

R – Não sei se lhe chamaria de ambição, mas ser reconhecida pelo meu valor, continuar a fazer o que faço e cada vez melhor. Era isto que gostava alcançar.

P – Chegar aos Jogos Olímpicos é uma delas?

R – Sim, gostava mesmo de um dia representar o meu país nuns Jogos Olímpicos. Acho que é um sonho de qualquer atleta. E para mim seria um sonho tornado realidade.

P – Tem alguma referência no atletismo?

R – Tenho vários. Temos atletas portugueses que podem ser de referência para qualquer atleta mais jovem como são os casos da Sara Moreira, Jéssica Augusto e Dulce Félix que fizeram um trajeto parecido ao que eu estou a fazer. E também pela força de vontade e a garra com que elas lutam por aquilo que querem.

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Perfil: Catarina Carvalho

Atleta do GCA Donas (Fundão)

Idade: 22 anos

Profissão: Atleta

Naturalidade: Marinha Grande

Currículo: Iniciou o atletismo no CAO – Clube Atletismo de Olhão. Representou depois o CAMG – Clube Atletismo de Marinha Grande e o UDRZA – União Desportiva e Recreativa da Zona Alta. Até aí representou sempre os clubes da terra onde vivia. Mas no início da época de 2012/2013 surgiu o convite do GCA Donas, onde permanece há três épocas. Durante três anos seguidos (de juvenil de segundo ano a júnior de segundo ano) subiu ao patamar mais alto do pódio na prova de obstáculos (2.000m obstáculos em juvenil e 3.000m obstáculos em júnior). Após um pequeno interregno de presenças no lugar mais alto do pódio, voltou a ser campeã nacional no último ano de Sub-23 (esta época) na prova dos 3.000m obstáculos. Ainda esta época e nesta prova foi pela primeira vez campeã de Portugal (absolutos).

Já representou Portugal cinco vezes: três vezes em Campeonatos da Europa de Corta-mato (júnior e sub-23) e duas vezes em provas de pista (Campeonato da Europa, como júnior tendo sido sétima na final dos 3000m obstáculos, e nos Campeonatos do Mediterrâneo, como sub-23 onde foi quarta classificada na prova dos 3000m obstáculos).

Livro favorito: “Nascidos para correr” e “Lua de Joana”

Filme favorito: Gosto de muitos e é difícil escolher.

Hobbies: Ouvir música, ver desenhos animados, brincar com os meus cães, estar com a família, namorado e amigos.

Catarina Carvalho

Sobre o autor

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