Este ano arderam menos 3.850 hectares no distrito da Guarda comparativamente a 2013. Contudo, apesar de ter havido menos fogos e menor área ardida, a Guarda é, de longe, o distrito mais afetado. De acordo com o último relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 1 de janeiro e 15 de setembro as chamas consumiram 5.200 hectares em 325 ocorrências.
Em igual período do ano passado tinham ardido 9.050 hectares, registando-se um total de 370 ocorrências. Até agora, houve 142 incêndios (área superior a um hectare) e 183 fogachos (área inferior a um hectare), tendo ardido 1.309 hectares de povoamentos e 3.891 de matos, num total de 5.200 hectares. Muito atrás da Guarda, os distritos mais afetados são Portalegre (2.487 hectares), Bragança (2.136), Porto (1.371) e Coimbra (1.259). Em termos de grandes incêndios, o destaque vai para os 2.195 hectares ardidos a 2 de setembro entre Senouras e a vila de Almeida. Esse dia foi, aliás, avassalador já que se registaram mais três ocorrências de alguma envergadura em Freixeda do Torrão e Vilar de Amargo (ambos em Figueira de Castelo Rodrigo), que consumiram 132 e 376 hectares respetivamente; bem como em Teixeira (Seia), onde arderam 291 hectares. Referência na lista do ICNF merecem ainda os 141 hectares ardidos na zona de Almofala, também no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, a 18 de agosto.
No total nacional, o Instituto indica que 2014 foi o ano em que se registou o menor número de incêndios da última década e que este é o terceiro melhor ano desde 2004 em termos de área de área ardida, com 19.021 hectares queimados. Segundo o relatório, os únicos dois anos com menor área ardida do que 2014, durante a última década, são 2007 e 2008, com 18.755 e 12.659 hectares respetivamente. O documento do ICNF revela também este ano arderam cerca de sete vezes menos do que no mesmo período de 2013, quando 138.393 hectares foram pasto das chamas. O maior número de ocorrências de fogo foi registado no distrito do Porto (1.378), seguido de Lisboa (808) e Braga (576), sendo os incêndios maioritariamente fogachos. Da análise mensal dos incêndios, o ICNF refere que agosto foi o mês com maior número de incêndios (1.924), seguido de julho, que registou 1.247. Também a maior área ardida registou-se em agosto (6.983 hectares) e em setembro (4.388). O maior incêndio verificou-se em Nisa (Portalegre), a 25 de agosto, que consumiu uma área de espaços florestais de 2.268 hectares.
