O Guarda Desportiva Futebol Clube já está formalmente criado. O arquitecto Joaquim Carreira está à frente da Comissão Instaladora da nova colectividade da cidade, criada para colocar em andamento o novo clube, cuja escritura de constituição foi assinada na semana passada na presença de algumas caras bem conhecidas da Guarda. O responsável máximo pelo Guarda Desportiva garante que a agremiação só «irá até onde os seus meios e condições o permitirem», assumindo contudo a ambição de «crescer» embora «devagar».
Carreira, que salienta não ser «muito entendido em futebol», decidiu aceitar este desafio por ter percebido que «alguém tinha que dar o passo», sob pena do processo de criação do clube se arrastar ainda mais. De resto, a Comissão Instaladora foi formada por um grupo de pessoas «que gostam da Guarda», sem «qualquer interesse de promoção pessoal» e que «entendem que a cidade deve ter um clube maior que a represente», defende. No entanto, Joaquim Carreira salienta que os «chamados clubes de bairro», como o Mileu, NDS ou as Lameirinhas, têm representado a cidade de «forma honrosa e agradável, na medida das suas possibilidades», sendo intenção do Guarda «conviver e colaborar» com os mesmos para que «todos tenhamos mais força», adianta. Os restantes elementos da primeira equipa directiva da nova colectividade da Guarda são José Martins Igreja, na presidência da Assembleia Geral, José António Carvalho, no Conselho Consultivo, e Daniel Augusto Esteves, no Conselho Fiscal, Juridiscional e Disciplinar. Os vice-presidentes da direcção são José Sequeira Abrantes, para os equipamentos, Albino Bárbara, nas Relações Públicas, José Nunes Oliveira, nos Assuntos Financeiros, Maurício Vieira, no Marketing e Publicidade, e António Albino, para os Assuntos Desportivos. O cargo de secretário-geral é ocupado por António Prudente de Oliveira.
O grande objectivo deste grupo é «criar condições, fazer contactos e verificar a receptividade das pessoas da Guarda». Mas não só. O clube tem que «viver do concelho e da região que o envolve e, se possível, das muitas pessoas que sendo da Guarda, vivem há muitos anos nos grandes centros do país», realça. Uma «condição essencial» para a colectividade poder ter sucesso é o rigor financeiro: «Não admito que não se saiba quanto dinheiro entrou, para onde foi e como foi investido», avisa Carreira. Nesse sentido, o Guarda Desportiva, que até já tem um hino, vai avançar com as actividades «que forem possíveis», admitindo como último cenário que se o clube não tiver condições económicas para ter equipa de futebol fará «campeonatos de sueca, bilhar ou outros jogos tradicionais», ironiza. Até ao momento, mais de 300 pessoas já mostraram interesse em ser sócios e houve inclusive alguns que já pagaram de forma adiantada a quota anual no valor de 60 euros. De igual forma, já existem atletas, bem como um treinador, interessados em ajudar a fazer crescer o novel clube. O objectivo prioritário é arrancar com uma equipa de futebol na IIª Divisão Distrital, ou seja, o escalão mais baixo.
No entanto, existe «a expectativa de crescer» mas «devagar e na medida do seu passo e das suas possibilidades», frisa Carreira, referindo que também há a intenção de ter outras modalidades, como a natação, basquetebol e andebol. Tudo depende do orçamento «que for possível reunir para cada ano com o apoio da cidade, das empresas da região e das entidades estatais», como Câmara Municipal, Governo Civil ou Instituto Politécnico, refere. Tudo sob o lema: «Um clube que seja do tamanho dos olhos, mas que custe o que se possa pagar», sublinha. José Martins Igreja, presidente da Assembleia Geral, adiantou ainda que as eleições para a primeira direcção deverão ocorrer durante Maio ou Junho do próximo ano.