A Guarda foi novamente ultrapassada pela Covilhã. À longa lista de oportunidades perdidas para a cidade vizinha junta-se agora a criação de uma Zona de Jogo na Serra da Estrela, porta aberta para a instalação de um casino naquele concelho. O curioso é que tinha sido Maria do Carmo Borges a anunciar, em Janeiro de 2003, o interesse da Guarda em acolher um casino. Na edição de 17 de Janeiro, “O Interior” noticiou que a autarca só estava à espera de investidores para lançar o projecto e admitia empenhar-se para ajudar a concretizar a iniciativa. A presidente argumentou mesmo que a ideia não era «assim tão absurda» quanto parecia, lembrando a proximidade com Espanha – e o seu apetecível mercado de jogadores e apostadores -, a centralidade em relação a grandes centros urbanos e a oferta de um produto turístico diferenciado e de grande valor acrescentado no seio da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE).
«Temos que nos mentalizar que também é com projectos arrojados como este que se dinamiza uma cidade e, porventura, o concelho. Não devemos ter medo de arriscar e se a oportunidade se proporcionar, garanto que a Câmara da Guarda não vai enjeitá-la e irá considerá-la muito seriamente», sublinhou então Maria do Carmo. Um mês depois, a autarca anunciava que tinha sido sondada por um grupo empresarial, que não revelou, para concretizar o casino (ver edição de 7 de Fevereiro). E insistiu que este investimento era «como qualquer outro» e uma «mais-valia» para a cidade. Contudo, será a Covilhã a tirar proveito dessa mais-valia.
