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Guarda apeada na energia eólica

Escolhido consórcio liderado pela EDP que vai investir 1,51 mil milhões em Viana do Castelo

A Guarda está definitivamente afastada da rota da energia eólica. O consórcio Eólicas de Portugal, liderado pela EDP, foi o grande vencedor do concurso para a atribuição de 1.000 megawatts de potência. Recorde-se que a candidatura protagonizada pela Iberdrola e Gamesa pretendia investir na Guarda 100 milhões de euros.

O consórcio tinha escolhido a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) para localizar uma unidade de produção de componentes e montagem de aerogeradores, um centro logístico e um centro de despacho de energia eólica para Portugal e as regiões espanholas vizinhas. Iniciativas que iriam criar 300 novos postos de trabalho directos neste “cluster”, que se prolongava em Paços de Ferreira com duas fábricas para produzir pás e electrónica de potência. Quem vai beneficiar é Viana do Castelo, onde o agrupamento constituído pela EDP, Finerge, Generge, Térmica Portuguesa e pela Enercon tenciona construir quatro fábricas, num investimento global de 1,51 mil milhões de euros e a criação de 1.800 novos postos de trabalho. Isto depois da sua proposta ter ficado em primeiro lugar, com 80,6 por cento e mérito excepcional, com uma diferença de 7,2 por cento do consórcio Ventinveste, liderado pela Galp Energia, segundo classificado. Decorre actualmente o prazo de audiência prévia, depois do qual o júri do concurso, presidido pelo professor universitário João Abel Peças Lopes, enviará uma proposta ao Ministro da Economia que decidirá a adjudicação do concurso ao concorrente vencedor.

Aníbal Fernandes, presidente do consórcio, já veio criticar os concorrentes que interpuseram processos em tribunal, as Novas Energias Ibéricas (Iberdrola) e a Ventonorte (Enel e Unión Fenosa), acusando-os de «objectivos claros e políticos». «Um concurso é regulado por lei e não se entende como é que há entidades que olham para eles como meras formalidades para validar os seus jogos de influência», concluiu. Estes consórcios não passaram à fase da negociação e apresentaram ambos recurso para o ministro da Economia, enquanto o primeiro interpôs três providências cautelares no Tribunal Administrativo para suspender o processo.

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