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Grupo Performativo de Artes Contemporâneas na ESEG

Projecto avança este ano com atelier de dança-teatro

O último ano lectivo viu nascer o Grupo Performativo de Artes Contemporâneas da Escola Superior de Educação da Guarda (GPACESEG) para dar resposta a uma expectativa cultural que discentes e docentes sentiam. Foram apresentados dois espectáculos de “Uma Coisa Quase Abstracta”: uma performance que partia da experiência do corpo como espectáculo e que integrava poemas dos próprios alunos, bem como as suas encenações – coreografias colectivas e ainda excertos de filmes e criações próprias em suporte digital/vídeo com canções colectivas africanas e música popular.

Para além de Mário Gomes, o trabalho é igualmente orientado por um profissional actor-bailarino – Paulo Miranda. Não contentes com esta criação, o GPACESEG, em cooperação com o Núcleo de Animação Sócio-Cultural (Luís, Sandra, Eurico e outros), propuseram e realizaram o primeiro Dia Académico de Cultura, no Paço da Cultura, que integrou a apresentação de um projecto multimédia sobre “Zeca Afonso, Vida e Obra”, um Ciclo de Cinema com a exibição de dois filmes de João César Monteiro e a apresentação de um espectáculo multimédia do Grupo Performativo de Artes Contemporâneas da ESEG. Houve ainda música africana, com o Grupo Pau e Corda, e a representação pelo grupo “A Barraca” da peça sobre o professor e pintor “António o dos Quadros”, com Maria do Céu Guerra e Amélia Muge. Tudo decorreu com assistência razoável, com exclusão do encerramento, que teve casa cheia para aplaudir, no Auditório Municipal, Maria do Céu Guerra e a herdeira lírica-vocal de José Afonso: Amélia Muge.

Na sequência destes espectáculos, que fundaram o GPACESEG e consolidaram o trabalho desenvolvido nos dois semestres do ano lectivo, está a decorrer um atelier de dança-teatro que se propõe dinamizar diversas realizações culturais em 2004-2005 (em associação com o Núcleo de Animação Sócio-Cultural) e fazer a apresentação de diversos espectáculos durante este ano lectivo. Este atelier, que terá a duração dos dois semestres – de Outubro de 2004 a Junho de 2005 -, será orientado por Mário Gomes e Paulo Miranda. Orientam-nos princípios e estéticas inovadoras para nos instalarmos definitivamente no século XXI: se uma escultura, como um quadro, tem cor, também tem profundidade, o que a pintura já não contempla – tem três dimensões. Isto é o princípio do trabalho performativo. Se essa escultura é integrada num cenário e se cria um ambiente que a envolve isso é trabalho performativo. Se esse cenário é digital, é a contemporaneidade desse trabalho performativo que se instala – na Instalação.

Pensemos então que essas esculturas falam e interagem inesperadamente, estamos perante algo que é teatro mas o transcende – um “happening” que está a acontecer; imaginemos que elas se movimentam desestruturando a dança em novas danças. Associemos ainda o canto e o vídeo e estamos perante a performance contemporânea. E o que é mais e essencial a isto tudo é que pode ser feito por todos: não-bailarinos, não-actores, não-etc… Qualquer um pode fazer este trabalho e é o que se propõe: que tragam roupa e sapatilhas confortáveis e venham participar em exercícios de desinibição e integração num colectivo e depois logo se vê… É aberto a toda a Cidade da Guarda e arredores… Divertimento certinho é sempre para a frente. Ao longo deste trabalho desenvolveremos “workshops” de muita natureza: experiências plásticas que vão desde a reciclagem de objectos até ao design de roupa e à pintura do corpo. Experiências musicais, ateliers de escrita criativa e até uma iniciação a técnicas circenses.

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