A primeira semana de greve de dois docentes no Departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior (UBI) teve um impacto de cerca de 75 por cento, informou o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) na semana passada. De 9 a 16 de Maio, nas três disciplinas abrangidas pelo pré-aviso – Organização e Gestão do Desporto I e II e em Métodos de Treino III – foram leccionadas «apenas 6 horas das 25 aulas previstas».
O sindicato realça que «apesar da greve ser por tempo indeterminado e do pré-aviso ter sido emitido a 23 de Abril, os docentes aderentes não foram substituídos», o que, para o SNESup, faz com que os alunos possam estar «sem aulas, previsivelmente, até ao fim do ano lectivo». Recorde-se que o objectivo desta greve é «fazer respeitar o disposto no Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU), em matéria de atribuição de serviço a assistentes, reivindicar uma maior equidade na distribuição de serviço entre docentes do departamento e uma maior atribuição de serviço no departamento ao seu presidente». Entretanto, o SNESup denuncia a alegada «existência de ligações familiares entre a assessoria jurídica da UBI e o advogado a quem a reitoria confia os processos e no elevado nível de litigiosidade que se vem verificando». Nesse sentido, adianta ter já avançado com oito acções judiciais contra a UBI «por razões que têm a ver com a má aplicação do ECDU». Três das quais dizem respeito a professores «que ficaram totalmente privados de meios de subsistência económica. Nem a nível da assessoria jurídica, nem a nível de escritório de advogados houve sensibilidade para evitar os processos ou acelerar a sua tramitação», acusa o SNESup.
