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Gravuras do Côa: Crónica de uma crise anunciada

Há dez anos que as Gravuras do Côa ganharam direito a existir, neste caso a não serem submersas, com o apoio da população local e mesmo da opinião pública nacional expresso no “slogan” «As Gravuras não sabem nadar». Esqueceu-se outro também importante: «As Gravuras não podem viver sozinhas», isto é, sem um programa integrado de desenvolvimento do turismo do Vale do Côa.

A começar por uma política de acessibilidades aos grandes centros turísticos do país (Lisboa, Porto, Coimbra) e a melhoria dos transportes entre estes destinos e a região (…). Ora, a única época do ano em que abundam autocarros e comboios com destino ao Côa acontece por ocasião das amendoeiras em flor, quando se regista um afluxo de “turistas de garrafão”. Falta ainda à região uma oferta de alojamento turístico diversificada e de qualidade, principalmente de unidades de categoria superior e de turismo rural, (…) estas últimas um vector estruturante de promoção e imagem perene de uma região e mesmo de um país. Falta estratégia de promoção/valorização do Côa como destino turístico com diversos atractivos, com destaque para a beleza da paisagem (…), a produção vinícola e as suas quintas, os percursos pedestres, a observação de aves em vias de extinção, o património construído existente em inúmeras aldeias da região e os castelos medievais, espalhados por terras como Figueira de Castelo Rodrigo, Sabugal, Numão, Sortelha e Penedono. Tudo forma um conjunto de atractivos de uma região que complementam ou servem de prelúdio a uma visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa.

Salvador Costa, Samodães

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