«As feiras são uma oportunidade de divulgar as terras, mas também os sabores, os produtos e de fazer negócio porque sem ele as pessoas desanimam», disse o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural na última sexta-feira, na abertura da Feira das Tradições e Atividades Económicas de Pinhel. O certame dedicado à gastronomia concelhia reuniu cerca de 160 expositores nas instalações da antiga fábrica Rohde.
Durante o seu discurso, Daniel Campelo salientou a importância de se apostar na exploração da terra numa altura de crise: «Se percorrermos a nossa História verificamos que a terra foi sempre a tábua de salvação de todas as crises. Estamos numa crise que nos deve levar a pensar no melhor aproveitamento da terra», justificou. O governante salientou ainda que «temos pela frente um grande desafio e que não é só do Governo», mas «de toda a comunidade, dos governos locais e dos cidadãos individualmente» que têm que equacionar se a forma como estão a gerir a sua terra será a melhor. «Muitas vezes temos terra que herdamos e abandonamos porque achamos que o que se herda não se deve alugar ou vender», declarou. Daniel Campelo sustentou que está na «hora de mudar drasticamente essa mentalidade e mobilizar a utilização da terra para criar mais bem-estar e menos dependência económica do estrangeiro, pois importamos todos os anos mais de três mil milhões de euros de bens alimentares e isso é uma contradição que temos que resolver».
Em relação à feira de Pinhel, sustentou que o seu modelo «é dos poucos que pode ter resultado porque é uma oportunidade de mostrar, de demonstrar e também de juntar as pessoas para conviver, comercializar e divulgar as suas atividades». Por sua vez, o autarca pinhelense reclamou que «o Governo tem de olhar para o interior, tem de apoiar as dinâmicas locais e fazer com que estes concelhos tenham capacidade de se desenvolverem de uma forma sustentável e duradoura». António Ruas fez questão de deixar uma «palavra de apreço aos empresários e empreendedores» presentes na feira, que «pretende contribuir para a dinamização do concelho e trazer gente», afirmou.
Ricardo Cordeiro
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