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Governo pode ajudar a resolver crise da Misericórdia da Covilhã

Recurso ao Fundo de Socorro Social é uma das propostas anunciadas pelo secretário de Estado da Segurança Social

Os problemas financeiros da Misericórdia da Covilhã poderão «merecer uma atenção especial» do Governo, no âmbito do Fundo de Socorro Social, revelou, no último domingo, o secretário de Estado da Segurança Social.

Marco António Costa reuniu na Covilhã com funcionários, representantes sindicais e o recém-eleito provedor Pedro Paiva. O encontro foi promovido por Carlos Pinto na sede da autarquia com vista a encontrar uma solução que garanta o pagamento dos salários de dezembro e subsídios de férias aos 130 trabalhadores, bem como a viabilidade da instituição. Nesse sentido, Pedro Paiva revelou que os vencimentos em causa deverão ser pagos até final do mês graças a acordos com bancos e outras ações desenvolvidas em conjunto com a autarquia. Uma dessas outras medidas passa pelo recurso ao Fundo de Socorro Social. Contudo, o governante avisou que «não se pode corrigir em dois dias o que demorou anos a estragar», declarando que «cada instituição vai ajudar a resolver diferentes partes do problema».

Marco António Costa acrescentou que a situação vai ser analisada e que, «a confirmar-se o quadro traçado pelo provedor, justificará uma atenção especial». De resto, Pedro Paiva sublinhou que o futuro da Misericórdia vai depender destas negociações. «Se se concretizarem, poderemos pagar os salários nos próximos meses e termos alguma folga para avançarmos na racionalização da instituição», declarou o provedor. Já Carlos Pinto disse ser «impensável haver qualquer perspetiva de rutura ou descrédito» da Misericórdia, não sem antes criticar a anterior mesa administrativa – liderada por Carlos Casteleiro – pelo tempo e forma como tentou resolver os problemas. «Quando era essencial dar respostas perdeu-se tempo a fazer julgamentos», lamentou.

A instituição gere dois infantários, um lar de idosos e um centro de meios de diagnóstico de saúde, mas está em falência técnica apresentando um passivo de cerca de cinco milhões de euros. Desse montante, 3,5 milhões resultam de empréstimos bancários e cerca de um milhão de euros são dívidas a fornecedores.

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