O Desportivo de Gouveia foi a Manteigas vencer por uma bola a zero e continua assim com boas hipóteses de lutar até final pela conquista do título de campeão distrital da Guarda. Neste jogo em atraso da 21ª jornada, os comandados de Francisco Cipriano contaram com a “estrelinha” da sorte, pois viram o adversário desperdiçar uma grande penalidade nos últimos minutos do encontro. Um triunfo que fez regressar os gouveenses ao segundo lugar da classificação, a dois pontos do líder Souropires.
Este sempre apetecido “derby” serrano, que contou com a presença de muito público, teve duas partes bem distintas. Enquanto a primeira parte foi dominada pela turma visitante, que necessitava de vencer para não se atrasar, a etapa complementar pertenceu ao Manteigas que só não atingiu as suas pretensões por causa da magnífica actuação de Miranda. A primeira jogada de perigo surgiu logo aos 4’, quando Branquinho, isolado frente a Sérgio Nogueira, não conseguiu dar o melhor seguimento. Aos 24’ foi a vez do lateral Márito aparecer com perigo na área, permitindo, no entanto, o corte de um defensor contrário. Com a equipa da casa a não conseguir criar perigo junto do último reduto gouveense, Branquinho, em contra-ataque aos 34’, voltou a ter espaço, mas não logrou controlar o esférico. Mas, três minutos depois, surgiu mesmo o golo do Gouveia. Branquinho entrou mais uma vez na área pelo lado direito e quando toda a gente esperava o remate, o médio-ala centrou para o segundo poste onde Filipe, livre de marcação, apenas teve que encostar para marcar o único tento da partida. Ainda antes do intervalo, os visitantes estiveram perto do segundo golo, após uma boa jogada de entendimento entre Daniel e Patrício. Só que o avançado não conseguiu desviar para a baliza.
O Manteigas regressou das cabinas com vontade de discutir o resultado e as oportunidades não tardaram a surgir. Aos 48’, a turma da casa conseguiu chegar pela primeira vez com algum perigo à baliza de Miranda, mas o guardião sacudiu bem um cruzamento de Biló, no lado direito. Aos 56’, na sequência de um ressalto de bola para o centro da área, Miranda voltou a mostrar-se bastante atento ao tirar a bola da cabeça de Rui Reis. À passagem da hora de jogo, Picas surgiu na área, descaído para o lado direito, mas cara-a-cara com o guarda-redes viu Miranda desviar para canto. Contudo, o avançado do Manteigas deixou a sua equipa a jogar com menos uma unidade aos 67’, após ver o segundo amarelo das mãos de João Adónis por protestos. Mesmo assim, o Gouveia não conseguiu sacudir a pressão. O Manteigas continuou a criar perigo e, aos 73’, Mário Carvalho cabeceou rente ao poste esquerdo. Dois minutos volvidos, o Gouveia chegou pela primeira vez no segundo tempo à baliza contrária. Contudo, o remate de Patrício, à entrada da área, saiu muito frouxo. Aos 79’, Rui Ramos apareceu isolado frente a Sérgio Nogueira. O guarda-redes do Manteigas evitou o perigo, enquanto o médio do Gouveia viu o segundo amarelo e restabeleceu a igualdade numérica em campo.
Miranda, o herói
Período aproveitado pelo Manteigas para intensificar o domínio. Aos 87’, desfrutou mesmo de uma grande penalidade, já que o árbitro considerou que Márito terá tocado João Biló em falta. Por ter recebido assistência médica, o habitual marcador de penáltis do Manteigas teve que ficar de fora, sendo chamado a marcar Pedro Dias, mas este rematou muito denunciado e permitiu a defesa de Miranda, que também não se deixou bater na recarga. O trio de arbitragem realizou um trabalho aceitável.
No final do jogo, Armandino Susano, que ocupou o lugar de Tó Real, considerou que a sua equipa não merecia a derrota: «Depois de um esforço como o que fizemos, é complicado não conseguirmos o pontinho que esteve muito perto», disse, salientando ser uma «obrigação» o Manteigas continuar em busca do quarto lugar. Já Francisco Cipriano, técnico do Gouveia que se encontra suspenso pela Associação de Futebol da Guarda por um período de seis meses, voltou a “partir a loiça” ao dizer que a sua equipa «jogou sempre contra 14» e que é «inadmissível o que se está a passar no Distrital da Guarda», reportando-se, entre outros, ao facto dos árbitros «saberem ao domingo que já vão apitar o Gouveia na jornada seguinte», denuncia, sublinhando, no entanto, que a luta pelo título vai continuar.
