Já começaram as comemorações dos 150 anos do nascimento de Fernão Botto Machado, em Gouveia.
A efeméride é assinalada com diversas iniciativas até 3 de novembro numa iniciativa da comissão executiva criada para o efeito e da Assembleia Municipal de Gouveia com o objetivo de evocar «um dos mais ilustres gouveenses». Fernão Botto Machado (1865 – 1924) foi um cidadão «ética e politicamente empenhado na causa republicana», recordam os promotores. O programa inclui colóquios, um concerto, exposições, a inauguração de um monumento evocativo e uma sessão solene, entre outras ações que abordam o pensamento e o percurso político do homenageado. «É um programa singelo, mas repleto de reconhecimento da grandeza moral e ética do homenageado», refere a comissão organizadora, salientando que pretende também «dar a conhecer a obra e o exemplo ético e moral» daquele «apóstolo republicano» às novas gerações.
As comemorações iniciaram-se no passado dia 19 com um colóquio e um concerto pela Sociedade Musical Gouveense Pedro Amaral Botto Machado. No dia seguinte foi inaugurado um monumento e uma exposição sobre a vida e obra literária de Fernão Botto Machado, que está patente na Galeria Abel Manta até 15 de agosto. Teve ainda lugar uma sessão solene evocativa dos 150 anos do seu nascimento durante a qual foi apresentada a reedição da obra “No parlamento”. Segue-se a 4 de outubro o colóquio “Fernão Botto Machado e a República” e um espetáculo de teatro “Escravos Modernos”, pelo Grupo Escola Velha, de Gouveia. De 5 a 31 de outubro está prevista a divulgação do pensamento e da obra do republicano junto das escolas do concelho, sendo que as celebrações terminam a 3 de novembro com a exposição “Ecos da Morte de Fernão Botto Machado na imprensa” e o colóquio “Fernão Botto Machado, um homem simples, um idealista”, ambos na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira.
Segundo a comissão organizadora, Fernão Botto Machado «abraçou, para além das causas sociais dos trabalhadores, a luta pela emancipação das mulheres, a instrução pública para todos e o direito dos animais, entre outras». Abraçou a causa socialista e republicana «desde muito cedo», tendo sido candidato socialista em 1903 e em 1910 pelo Partido Republicano, vindo a ser eleito para a Assembleia Constituinte nas eleições de 1911. Botto Machado também desenvolveu uma «atividade notável» como jornalista, escrevendo com assiduidade em múltiplos periódicos, como “A Vanguarda”, “A Batalha” e “Solidariedade”. Morreu a 3 de novembro de 1924.