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«Gostávamos de alargar concurso das pontes de esparguete às secundárias»

Entrevista – Cara a Cara

P-Ao contrário do que se imagina, a esparguete é mesmo resistente?

R-É verdade. E este ano isso foi de novo comprovado, porque batemos o recorde. Por acaso foi o mesmo aluno que ganhou no ano transacto, mas isso mostra que corrigiu os erros e que melhorou a resistência da ponte. Pela primeira vez, a ponte conseguiu suportar cem vezes o seu peso, o que é notável com esparguete.

P-Foi o “pai” deste concurso. Como surgiu a ideia?

R-Surgiu por acaso. Estava a ver uma página da Internet sobre o assunto e achei a ideia muito engraçada. Como se encaixava numa das áreas da disciplina que estava a dar, achei interessante para os alunos poderem aplicar na prática a teoria. Lancei a ideia, a professora Anna Guerman gostou e começámos a realizar o concurso todos os anos. Já estamos na quarta edição e começamos a ter seguidores noutras escolas.

P-O que para a organização é estimulante?

R-Muito. Queremos também apoiá-los para ver se chegam aos níveis superiores onde estamos.

P-Está satisfeito com o recorde atingido nesta edição, de 35 quilos?

R-Bastante. Veremos até onde conseguimos ir nos próximos anos, porque tirando o primeiro classificado, os outros concorrentes ficaram muito atrás.

P-Está desiludido pelo facto da maioria das pontes não terem passado dos 20 quilos, ainda para mais quando a organização disponibilizou dicas e os procedimentos para estruturas resistentes?

R-Sim, há um pouco de desilusão. Como este ano disponibilizamos os procedimentos, contava que houvesse mais pontes a atingirem os 30 quilos e isso não aconteceu. A segunda classificada nem sequer conseguiu chegar aos 20 quilos.

P-O que falhou?

R-Não sei. Houve uma das pontes que não chegou a partir, caiu, o que foi uma pena porque ia longe.

P-Após quatro anos, que balanço faz deste concurso?

R-Tem sido interessante e verificamos que há alunos a preparar as pontes para o próximo ano. É o caso do vencedor. O que ficou em segundo lugar no ano passado também voltou a participar, mas as coisas não correram tão bem. No entanto, verifica-se que o concurso tem melhorado ano após ano e é já uma tradição.

P-Os alunos têm conseguido aplicar a teoria na prática?

R-Muito. E espero que para o ano haja mais participantes, até porque vamos manter os passos para se fazer uma ponte de esparguete disponíveis no site www.pontes-de-esparguete.ubi.pt para que os alunos possam começar a preparar a ponte para o próximo ano.

P-A participação dos alunos na categoria de “Estética” também aumentou este ano?

R-Tivemos sete alunos nessa categoria. Aumentou um pouco em relação aos anos transactos, até porque temos a participação dos alunos de Arquitectura. E penso que para o ano participarão muitos mais.

P-O que gostaria ainda de introduzir neste concurso? Estendê-lo às escolas secundárias?

R-Uma das pessoas que participou nesta edição era de uma escola de Coimbra. Veio de propósito participar no concurso. Gostávamos de o alargar às escolas secundárias, mas isso é um pouco complicado. Depende das pessoas que estiverem à frente das disciplinas para os poder incentivar. Convidámo-los para virem assistir ao concurso, mas infelizmente não puderam vir. Para o ano, talvez possamos permitir a construção de pontes até um ou dois metros de comprimento.

P-Que outros concursos inovadores gostaria de implementar na UBI?

R-Por acaso estamos a pensar num outro, mas ainda é segredo.

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