Gonçalo será a primeira localidade da região Centro a ter um Centro Escolar, um novo modelo de estabelecimento de ensino assente numa perspectiva integradora que servirá cerca de 80 alunos daquela freguesia do concelho da Guarda, do pré-escolar ao primeiro ciclo. Trata-se de um investimento de 300 mil euros que deverá ficar concluído durante o próximo ano lectivo, se tudo correr como previsto. No futuro, a estrutura poderá receber alunos das freguesias limítrofes.
«O que pretendemos é fazer uma concentração de meios e recursos e melhorar a gestão educativa da freguesia», adianta Pedro Pires, presidente da Junta de Freguesia gonçalense, sublinhando que actualmente a comunidade escolar local se encontra dispersa. Gonçalo tem dois jardins-de-infância em «instalações diferentes», enquanto a escola do 1º Ciclo do Ensino Básico, o ATL e OTL funcionam noutros locais. «A questão é que não temos instalações suficientes para albergar os nossos 80 alunos», reconhece o autarca, explicando que a ideia foi inspirada no Centro Escolar de Pomares (Melgaço): «Trata-se de um projecto único a funcionar em Portugal, já que concentra toda a comunidade escolar local, do pré-escolar até à quarta classe», indica. No entanto, num futuro próximo, Gonçalo aspira a poder concentrar também o segundo ciclo. Até lá, e «como se trata sobretudo de um investimento autárquico» da ordem dos 300 mil euros, o projecto está apenas dimensionado para acolher alunos até ao quarto ano do 1º Ciclo do Ensino Básico.
De resto, o Centro Escolar de Gonçalo vai acolher na fase inicial apenas estudantes da freguesia, mas poderá vir a receber crianças de escolas limítrofes, «atendendo ao decréscimo do número alunos que se verifica em algumas delas», refere Pedro Pires. O jovem presidente da Junta considera por isso que o empreendimento é um «investimento de futuro», pois vai garantir «boas instalações» para os alunos das escolas que vierem a fechar nos próximos anos na zona. O futuro Centro Escolar vai ser construído aproveitando a escola actual e a sua envolvente. Estão previstos dois novos edifícios que acolherão seis salas de aula, uma biblioteca, uma sala de professores, um refeitório e um salão polivalente. «É um conjunto de estruturas que nos vai permitir marcar a diferença pela positiva», realça, destacando o facto da Beira Interior acolher o segundo complexo escolar do país. Esta nova infraestrutura vai ainda possibilitar a adesão à rede de bibliotecas escolares municipais, bem como aulas de educação física.
Contudo, um «pequeno problema de ordem técnica numa definição de áreas» levou à anulação do primeiro concurso público, cuja abertura de propostas já tinha decorrido. A Câmara da Guarda deverá ter aberto ontem, durante a reunião do executivo, um novo concurso. Apesar deste contratempo, Pedro Pires acredita que é possível lançar a obra até Maio ou Junho deste ano para que possa estar concluída até ao final do seu mandato, em Outubro. «Mas é um objectivo quase impossível», admite. Nesse sentido, não enjeita a possibilidade da mudança para as novas instalações decorrer durante o próximo ano lectivo.
Ricardo Cordeiro