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Gonçalo tem edifício cultural de «excelência»

No novo equipamento as pessoas vão poder ler um livro, aceder à Internet ou assistir a um espectáculo

A inauguração do novo edifício cultural de Gonçalo, Guarda, teve casa cheia no último domingo e contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, para além da panóplia de políticos e candidatos, à esquerda e à direita. Cerca de 500 populares não quiseram perder a oportunidade de observar “in loco” o mais recente equipamento da vila.

Num auditório novo e ainda a cheirar a tinta fresca, o governante acabou por confessar que Lisboa tem muito a aprender com a periferia.

É que o Teatro Municipal da Guarda «já teve mais espectadores desde que abriu, há alguns meses, do que o Teatro Nacional de São Carlos, onde o Estado investe generosamente, num ano inteiro», ironizou Vieira de Carvalho. Recorrendo ao número de espectadores que já passaram pelo TMG, o secretário de Estado da Cultura corroborou que «não é só a necessidade que gera o produto, também o produto gera a necessidade», ou seja, se houver bons equipamentos culturais, as pessoas acabam por sair de casa e vão aos espectáculos. Quanto ao edifício de Gonçalo, leva uma nota «muito boa», sublinhando a «proporção equilibrada» do equipamento e as «excelentes condições». Trata-se de uma obra da Junta de Freguesia local, apoiada pela Câmara da Guarda e pela Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela, num investimento total que ronda os 1,5 milhões de euros. Para além de uma cesta à escala humana, no primeiro andar localiza-se o bar, uma sala multimédia e o auditório com capacidade para 200 pessoas, com um palco de 130 metros quadrados. Depois de subir as escadas com vistas panorâmicas, encontram-se ainda outras salas, um salão polivalente e futuramente um espaço para uma biblioteca.

Para Pedro Pires, presidente da Junta, o Edifício Cultural foi «um sonho tornado realidade» numa vila com uma dinâmica cultural «muito grande, daí a necessidade de construir uma casa que sirva a todos». É disso que vai tratar o director artístico, António Amaral, um professor natural de Gonçalo, com mérito reconhecido na área musical. «Vamos ter que utilizar um estratagema pedagógico para educar as pessoas para a cultura, penso que esse será o grande desafio deste equipamento», adianta Pedro Pires. Trata-se de um espaço de cultura «por excelência», onde as pessoas vão poder ler um livro, aceder à Internet ou assistir a espectáculos de «qualidade», refere, esperando que a instalação do equipamento cénico esteja concluída até à primeira quinzena deste mês. O momento foi também aproveitado para o autarca falar de outro dos seus sonhos, a construção da sede do Sport Clube Gonçalense: «É uma obra necessária, nomeadamente por ser um clube mais antigo que a própria Associação de Futebol da Guarda», revela, lembrando igualmente o projecto do Museu do Cesteiro.

Governo apoia investimentos culturais

A sede do Centro de Estudos Ibéricos, na Guarda, vai ser inaugurada a 10 de Setembro. O imóvel situa-se no solar da Quinta do Alarcão, no mesmo terreno onde está a ser construída a nova Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. Em relação a esta última obra, o secretário de Estado confirmou o apoio do Governo, uma vez que está integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, e ouviu ainda as justificações da autarquia guardense. «Foi-me explicado que o atraso se deveu a um problema com o empreiteiro, mas que um outro já tomou conta da obra e portanto, em breve, a obra será concluída», disse. Sobre o Museu de Arte Sacra, uma obra da Diocese e da Câmara, Mário Vieira de Carvalho assegurou que não será por falta de apoio do Governo que deixará de abrir: «Também temos investimentos continuados na rede do Instituto Português de Museus», garantiu.

Patrícia Correia

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