O Tribunal do Fundão decretou na semana passada o termo de identidade e residência ao militar da GNR acusado de alegado abuso sexual de uma criança de nove anos, que se mantém em funções. Segundo fonte da GNR do Fundão, o militar continua a exercer funções mas é alvo de um processo disciplinar interno, para «apurar as responsabilidade do indivíduo, paralelamente ao processo-crime que decorre no Tribunal do Fundão». O agente, casado e de 44 anos, tinha sido detido na terça-feira da semana passada por actos alegadamente praticados há dois/três anos, na sequência de investigações realizadas pelo Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Judiciária da Guarda nos últimos quatro meses. Fonte policial disse que o militar «mantinha uma amizade próxima» com a mãe da criança, tendo-se depois «aproximado da menor» de quem alegadamente abusou. As investigações realizadas pela PJ da Guarda foram desencadeadas pelo próprio comandante do posto da GNR do Fundão, o capitão Fernandes Gonçalves. Segundo o próprio, tomou conhecimento do caso «há cerca de dois anos atrás, na sequência de um telefonema anónimo» e fez chegar os factos ao Ministério Público. O soldado da GNR terá aparentemente consumado o acto por uma única vez, sem que tenha sido apanhado em flagrante. Desde que se desencadearam as investigações do DIC, o militar foi destacado para outros postos da GNR, nomeadamente, o posto sazonal da Torre (Serra da Estrela) e para o Rosmaninhal (Castelo Branco). Segundo Henrique Dias, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Fundão e vereador na autarquia local, a criança e a mãe, com dificuldades sócio-económicas, foram acompanhadas por técnicos de acção social «até se chegar à conclusão de que o melhor seria o encaminhamento da menina para uma instituição ou família de acolhimento. E neste momento a criança, além do apoio que recebeu dos técnicos especializados, permanece junto dessa família, face à incapacidade da mãe poder tratar dela», disse.