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Futuro do parapente em Linhares está «perfeitamente assegurado e reforçado»

Câmara de Celorico e Inatel confirmaram continuidade da modalidade na Aldeia Histórica

A confirmação daquilo que já era esperado. Câmara Municipal de Celorico da Beira e direcção do Inatel sentaram-se na passada quinta-feira à mesma mesa para acertar os pormenores da continuação do parapente na Aldeia Histórica de Linhares da Beira. O surgimento de outras actividades desportivas, de forma a poder alargar o leque de interessados, bem como assegurar a melhoria das condições logísticas e de permanência, foram alguns dos assuntos abordados. Já a realização no Verão do tradicional “Open” de parapente do Inatel ainda não é uma certeza, mas tudo indica que os “timings” ainda o permitam.

Alberto Antas de Barros, membro da direcção do Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres (Inatel), explica ter vindo a Celorico da Beira para «estudar», em conjunto com a autarquia e a Junta de Freguesia de Linhares da Beira, qual «a melhor forma de revalorizarmos» o projecto da Escola de Parapente ali sediada. A oferta de outras vertentes desportivas, que, eventualmente, possam «enriquecer ainda mais o projecto» é uma intenção de ambas as partes, sendo que todos os desportos que se encaixam na chamada fileira serrana foram abordado na reunião. Assim sendo, desportos radicais, a marcha de montanha e o BTT, entre outros, são alguns atractivos que, em união com «novas estruturas criadas recentemente», como o caso da pousada de Santa Eufémia, a inaugurar em Julho, ajudarão a «criar uma procura bastante intensa de gente preocupada e interessada em frequentar estas modalidades», adianta Antas de Barros. Menos certezas existem de momento quanto à realização do tradicional “Open” de parapente em Linhares, já que o responsável do Inatel diz ser necessário «repensar» o processo de forma a apurar «se efectivamente ainda vamos a tempo» de organizar um evento que traz anualmente à região os melhores especialistas nacionais da modalidade. Contudo, o optimismo prevalece e existe a convicção que, em termos de calendário, «ainda temos disponibilidade para organizar esta competição», faltará apenas reunir os documentos necessários, indica.

Inatel apenas tem interesse específico no projecto de Linhares

De resto, Antas de Barros diz que a reunião foi «extremamente construtiva», tendo sido feito um «levantamento exaustivo» de todas as situações e cujas conclusões serão apresentadas à direcção do Inatel, à qual caberá a decisão final. «Se ela for no sentido que pretendemos, o futuro do parapente em Linhares da Beira está perfeitamente assegurado e reforçado», garante o dirigente, para quem a Aldeia Histórica mantém-se como «o “santuário” do parapente em Portugal». Relativamente à abertura da Escola de Parapente da Serra da Estrela, no Skiparque, em Manteigas, Antas de Barros escusou-se a grandes comentários, uma vez que o Inatel apenas tem «interesse específico no projecto de Linhares e é nesse que vamos apostar», reforça. Com os problemas da aterragem dos pilotos «completamente ultrapassados», até porque «há algum tempo que ninguém paga por aterrar naquela pista», António Caetano, edil celoricense, aponta agora “baterias” para assegurar a «melhoria das condições» para os praticantes do parapente, mas não só. Desta forma, «é necessário fazer algumas obras de conservação» na Casa do Parapente, que passará a denominar-se albergaria do alcaide José Sousa Ramos, porque a actual designação «induz em erro», pois leva a pensar que é um espaço para uso exclusivo dos parapentistas», o que na realidade não se verifica. Neste momento existe já um «entendimento» entre o Inatel e a Câmara para melhorar a as condições de habitabilidade. Numa primeira fase, a Câmara irá avaliar tecnicamente onde é necessário intervir para arranjar depois «uma solução financeira que não traga prejuízos» para a autarquia ou o Inatel, que continuará a ser «o grande promotor e a ter a capacidade de divulgação necessária desse equipamento e do parapente», diz. Outra mudança previsível no funcionamento da Casa do Parapente é a passagem da gestão do espaço, até agora a cargo do Inatel, para a Junta de Freguesia, «um interlocutor privilegiado» no processo.

Ricardo Cordeiro

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