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Fundão na rota da cultura

Câmara vai investir dez milhões de euros em equipamentos culturais e criar empresa Municipal de Cultura

A Câmara do Fundão vai investir ao longo deste ano dez milhões de euros em equipamentos culturais para desenvolver o concelho. O vereador do pelouro, Paulo Fernandes, está convencido que a cultura poderá «ser uma âncora» para o desenvolvimento concelhio e «não um projecto à parte».

A Câmara pretende ter em 2005 um conjunto de equipamentos estruturantes para o crescimento cultural do concelho, sendo que muitas das obras estão em fase de adjudicação ou prontas para serem lançadas ainda este ano, pois a autarquia possui já os financiamentos necessários para assegurar a montagem e a gestão de alguns desses equipamentos enquanto outros estão integrados em programas como as Rotas Históricas, Aldeias do Xisto, Interreg, Programa Operacional da Cultura, entre outros. Só a reconversão da antiga Moagem em Casa da Cultura, um investimento de 3,5 milhões de euros, está dependente das verbas comunitárias de programas como o Pictur ou ao Programa Operacional da Região Centro aos quais foi candidatado o projecto. Com iniciativas «diferenciadas», que passam pela preservação do património mineiro ao património histórico, o vereador da Cultura entende que só uma empresa municipal, «comparticipada a 100 por cento pela Câmara ou com a maioria do capital social», é capaz de «gerir os recursos e melhorar a gestão do serviço apresentado ao cidadão», tornando o Fundão num concelho «atractivo». A par disso, considera essencial a criação de três fundações ou associações para «tornar mais flexível» a gestão dos espaços culturais: uma para o património mineiro, outra para a promoção do ensino artístico e uma última, proposta pela família de João Franco, do Alcaide, para gerir os espaços dessa aldeia.

Mas estas são apenas hipóteses que estão a ser «ponderadas», adianta, pelo que ainda não está definida a participação da Câmara nas mesmas. Entre os vários projectos a desenvolver, estão a recuperação cultural e artística do Palácio do Picadeiro em Alpedrinha, a criação de uma sala para exposições nos antigos Paços do Concelho de Castelo Novo, a criação de um núcleo arqueológico para o espólio da aldeia, a recuperação do Centro Interpretativo de Alcaide, a recuperação do Casino Fundanense e da Casa das Tecedeiras na Aldeia de Janeiro de Cima, entre outros. Além do Imago – Festival de Cinema e Vídeo Jovem, a Câmara vai continuar a promover as Itinerâncias Culturais, os projectos Cinescola e ULHA (vocacionados para os mais jovens), a “Quadragésima – Ciclo de Tradições da Quaresma do Fundão, as Rotas da Transumância e o “Encontro do Vento”. A realização de conferências, campos de trabalho arqueológicos, animação da zona antiga do Fundão, actividades ao longo da linha ferroviária no concelho, realização do projecto “Do Saber das Mãos”, com ateliers, exposições e espectáculos a partir de materiais etnográficos e a promoção da cereja durante o Euro 2004 serão também actividades pontuais deste ano.

Liliana Correia

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