A Fundação José Carlos Godinho Ferreira de Almeida é uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos. Foi instituída, por via testamentária, pelo Dr. João Alexandre Ferreira de Almeida, falecido em 14 de Janeiro de 1997, que, com esse acto, deu também realização ao desejo de sua esposa, D. Ana Guiomar Alvarez Luizelo Godinho Ferreira de Almeida, e de sua irmã, D. Cândida Ferreira de Almeida, falecidas alguns anos antes. A Instituição, conforme desejo do fundador, tomou por patrono o Dr. José Carlos Godinho Ferreira de Almeida, filho único do Dr. João de Almeida e de D. Ana Guiomar, falecido com a idade de 24 anos, na Guiné, onde se encontrava a prestar serviço militar, em 9 de Fevereiro de 1961.
A Fundação foi constituída por escritura lavrada no Cartório Notarial da Guarda e exarada a fls. 101 e 101v.º do livro de notas para escrituras diversas n.º 65-G. Foi reconhecida por despacho de 17 de Março de 1998 do Secretário de Estado da Inserção Social e o respectivo registo lavrado em 30 de Março de 1998 pela inscrição n.º 12/98, a fls. 149 v.º e 150 do livro n.º 5 das Fundações de Solidariedade Social, conforme publicação no Diário da República – III Série, n.º 95, de 23 de Abril de 1998. Tem a sua sede no prédio que foi casa de habitação da família do instituidor, sito na Rua da Torre, n.º 30, na cidade da Guarda.
Do apreciável património da Fundação, salientam-se, na cidade da Guarda: o edifício-sede; um interessante prédio na Rua D. Miguel de Alarcão, a par com o monumento a D. Sancho I; o palacete onde está a Farmácia Central; e a recém construída Casa da Criança, no gaveto da Rua Francisco de Passos/Rua do Torreão. De entre os prédios rústicos, avulta a Quinta do Pombo, que vai do Rio Diz ao Tintinolho e da Cruz da Faia ao Barrocal.
Constituem fins da Fundação: o apoio a crianças e jovens; a protecção dos cidadãos na velhice e na invalidez; a realização de e o apoio a iniciativas de educação e formação e de promoção da cultura, em particular as dirigidas à juventude.
Para dar concretização às actividades que considera prioritárias, a Fundação tem em funcionamento, desde o ano de 2000, na cidade da Guarda, o Refúgio Ana Luísa, estabelecimento de equipamento social destinado a centro de acolhimento temporário de crianças em risco. Primeiro em instalações arrendadas, o Refúgio tem espaço próprio, desde o dia 1 de Agosto do corrente ano, na Casa da Criança. Recebendo utentes dos 0 aos 12 anos, tem sido lar abençoado para muitas e muitas crianças. É uma valência pouco desejada pelas instituições, devido aos enormes encargos que lhe são inerentes e que a Fundação tem de suportar, apesar de algum apoio da Segurança Social. As crianças do Refúgio têm despertado imenso carinho, que se traduz em apoio e dedicação de muita gente. O apoio a crianças desprotegidas será a verdadeira vocação da Fundação, em memória da inclinação natural de José Carlos Godinho que, aos 10 anos de idade, revelava já o que, sobre isso, lhe ia no coração. É elucidativo o testemunho recolhido pelo escritor Nuno de Montemor, à entrada do Lactário Dr. Proença. Estava-se, ainda, nos difíceis anos após a Segunda Grande Guerra:
– Tu aqui, José Carlos?
Timidamente, tirou do bolso uma minúscula carteira, dizendo,
muito corado, como a pedir desculpa:
– Trago aqui um dinheiro que meus Pais me deram para brinquedos,
e com ele queria pagar o leite que, no dia de hoje, distribuem aos
pequeninos desta casa.
E contando o seu tesouro, moeda a moeda, perguntou:
– Chegará?
A Casa da Criança é a actual jóia da Coroa da Fundação José Carlos Godinho Ferreira de Almeida. Abriu, em Agosto do corrente ano, com a valência Refúgio Ana Luísa, e, em Setembro, começaram a funcionar a Creche Casa da Criança e o Jardim-de-Infância Casa da Criança. Pensa-se, também, na abertura de um A.T.L.. Foi edificada no Centro Histórico, enquadrando-se perfeitamente na zona do Torreão. Resultou da reedificação de duas casas do século XIX e de um corpo de construção inteiramente nova, verdadeiro edifício de vidro.
De acordo com os respectivos Estatutos, são órgãos sociais da Fundação: o Conselho de Administração, o Conselho Consultivo e o Conselho Fiscal. Actualmente, têm a seguinte constituição: Conselho de Administração – Dr. Manuel Luís Fernandes dos Santos (presidente e, simultaneamente, Presidente da Fundação), Reverendíssimo Cónego Eugénio da Cunha Sério e Dr.ª Maria Dolores Gomes Carreira, designados pelo Reverendíssimo Bispo da Guarda; Conselho Consultivo – Professor Doutor José Manuel Ribeiro Sérvulo Correia (presidente), designado pelo Reverendíssimo Bispo da Guarda; Dr.ª Maria do Carmo Pires Almeida Borges, designada pelo Governador Civil da Guarda; Dr. Virgílio Edgar Garcia Bento, designado pela Câmara Municipal da Guarda; José António Barros Alves, designado pela Santa Casa da Misericórdia da Guarda; Dr. José Pires Veiga, designado pelo Director do Centro Distrital de Segurança Social da Guarda; Professora Doutora Maria Emília de Sousa Andrade, designada pelo Presidente do Instituto Politécnico da Guarda; Conselho Fiscal – Dr. José Maria Andrade Pereira, eleito pelo Conselho Consultivo; Dr. Victor Manuel Lopes Simões, eleito pelo Conselho Consultivo; Dr.ª Maria de Lurdes Saavedra Ribeiro, designada pela C
âmara Municipal da Guarda. Os membros dos três Conselhos exercem o seu cargo em regime de voluntariado, sem direito a qualquer compensação monetária.
Juvante Deo, e com a dedicação de pessoas de bom coração, a Fundação José Carlos Godinho Ferrreira de Almeida seguirá sempre em frente.
Em 5 de Novembro de 2009
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