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Fumo dos incêndios na região Centro chegou à Guarda

Tudo indica que fortes correntes de vento arrastaram o fumo por todo o país

Ao final da tarde da última terça-feira, a Guarda ficou coberta por uma grande e densa nuvem de fumo em virtude dos grandes incêndios que assolam a região Centro, nomeadamente nos distritos de Viseu e Coimbra. Segundo o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda, naquela altura não havia nenhum incêndio activo na região e o cheiro a fumo que inundou a cidade estava, exclusivamente, relacionado com os fogos ainda por circunscrever noutros distritos, «designadamente em Coimbra», esclareceu fonte do CDOS.

Ao que tudo indica as correntes de vento Norte arrastaram até ao interior, como ao resto do país, o fumo dos incêndios ainda activos na zona de Coimbra e Viseu, chegando inclusivamente ao Algarve. Por volta das 20 horas, a região Centro continuava a ser a mais fustigada pelas chamas. Àquela hora estavam por circunscrever 21 incêndios, cinco dos quais no distrito de Viseu, mas o maior fogo lavrava ainda em São Furtuoso, Coimbra, segundo o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. No mesmo dia, o director da Autoridade Nacional para os Incêndios Florestais (ANIF), Ferreira do Amaral, admitiu que a área ardida este ano «poderá ter chegado aos 180 mil hectares» durante uma conferência de imprensa na sede do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), em Lisboa.

Desde 13 de Agosto que o número médio diário de fogos ronda os 400, acrescentou Ferreira do Amaral. Sendo que este ano o número de incêndios em Portugal já vai em cerca de 27 mil. Entretanto, de 1 de Janeiro a 23 de Agosto já foram detidas 115 pessoas suspeitas de fogo posto, esclareceu Amândio Torres, director nacional adjunto da ANIF, especificando que 47 delas foram presas pela GNR, 62 pela PJ e seis pela Guarda Florestal. «Foram levantados por parte do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente 539 autos de contra-ordenação e por parte da Polícia Florestal 160 autos de contra-ordenação e mandados 698 autos para tribunal», revelou. As 115 detenções resultaram em 26 prisões preventivas, acrescentou Ferreira do Amaral, considerando que esta matéria é sensível para a população, tanto mais que «muitos incêndios são de natureza criminosa».

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