Como já era esperado, as Urgências do Hospital do Fundão continuam a integrar a “lista negra” dos 15 serviços que deverão encerrar até final do ano. O relatório final da comissão de peritos nomeada pelo Ministério da Saúde, divulgado na semana passada, pouco mudou ao figurino apresentado em Julho de 2006. Contudo, Manuel Frexes, autarca fundanense, acredita que é possível que as Urgências permaneçam na cidade, pelo menos, durante o período em que registam maior afluência, isto é até às 22 horas.
O edil não se mostrou surpreendido com o facto do Fundão continuar na lista: «Já receávamos que isso», disse, enquanto criticou a comissão por, «erradamente», não ter sido «sensível aos argumentos dos municípios». O autarca frisa que vai aguardar «com serenidade e calma» a decisão, recordando que numa reunião com a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli, mostrou abertura para que os profissionais do Centro Hospitalar da Cova da Beira e do Hospital do Fundão, relacionados com as Urgências, elaborem um estudo que demonstre a importância do serviço. Uma das consequências desse documento poderá ser a abertura das Urgência até às 22 horas, período em que se regista mais afluência, sendo que a média de atendimentos durante a noite é de apenas 6,5 utentes, recorda Frexes. «Esperamos que o Governo mantenha o que disse em relação ao Hospital do Fundão», adianta o autarca.
Entretanto, o ministro da Saúde já revelou alguma flexibilidade quanto à aplicação da nova rede de Urgências, admitindo que, «pontualmente», as recomendações possam ser alteradas. Para Correia de Campos, a proposta em causa, «não é rigorosamente a rede final», afirmou à TSF. Uma posição que não convence Manuel Frexes: «Só se não for aplicada onde convém ao Partido Socialista», acusou, criticando a «teimosia e surdez» dos responsáveis da Saúde. Antes da divulgação deste relatório, João Casteleiro, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, que integra a unidade do Fundão, defendeu a necessidade daquela Urgência. «A nossa vontade é que ela não feche, mas há decisões que são da tutela e não nossas», disse.
Ricardo Cordeiro