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Frenesim Ambiental

mitocôndrias e quasares

Durante as últimas semanas, o tema alterações climáticas tem sido alvo de debate em muitos fóruns de discussão, essencialmente devido ao envolvimento do antigo vice-presidente Al Gore, com a sua Verdade Inconveniente, e mais recentemente, da União Europeia, com a discussão, no seio do Conselho da Europa, da sua politica energética.

Esta frente de discussão que foi aberta veio realçar os problemas ambientais que a Terra sofre, e pode vir a sofrer numa escala ainda maior se não se desenvolverem politicas de combate às alterações climáticas.

A ocorrência de alterações climáticas é um fenómeno natural que tem sido registado na Terra ao longo dos tempos, contudo, actualmente, este fenómeno é considerado um problema sério à escala global devido ao ritmo acelerado com que está a ocorrer. Esta aceleração de alterações climáticas conduziu a este frenesim ambiental a que temos assistido.

Apesar da contribuição antropogénica para a ocorrência destas alterações ainda não ser consensual na comunidade cientifica, o que é certo é que o planeta não estaria a aquecer tão rapidamente se o Homem não emitisse cerca de 23,4 mil milhões de toneladas de carbono para a atmosfera por ano segundos dados da OCDE.

A emissão do dióxido de carbono e de determinados gases permitiu assistir a um aumento das concentrações destes gases na atmosfera, os quais absorvem parte das radiações infra-vermelhas que a Terra irradia para o espaço, provocando uma retenção de calor. Este fenómeno é conhecido por “efeito de estufa” e as emissões gasosas provocam “gases com efeito de estufa”. Este efeito é responsável pelo aquecimento global, que não é mais do que o aumento das temperaturas médias da atmosfera terrestre, que no último século foi de 0,5 °C.

Os gases que contribuem de forma mais significativa para este efeito são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os compostos halogenados, como os HFCs, PFCs e SF6.

Em Portugal, este aumento da temperatura também já se faz sentir. Os padrões registados desde 1970, indicam um aumento gradual da temperatura média devido, principalmente, ao aumento das temperaturas mínimas.

Em Portugal, as alterações climáticas já têm consequência na migração de determinados aves, uma vez que, como resposta a estas alterações climáticas, os padrões de migração de certas aves estão a modificar-se.

Um caso característico deste fenómeno migratório é a diminuição do número de Abibes e Tarambolas-douradas que voam das Ilhas Britânicas para a Península Ibérica para passar o Inverno. O aumento da temperatura durante o Inverno e o Outono provoca a diminuição do fluxo migratório destas aves para regiões mais quentes, tendo com consequência imediata uma menor mortalidade das aves associada à migração.

Contudo, a imprevisibilidade das alterações climáticas, pode conduzir a Invernos extremamente rigorosos no Norte, que provocam a migração das aves, e simultaneamente, a Invernos extremamente quentes e secos no Sudoeste da Europa que afectam negativamente a mortalidade e a produtividade das aves.

Apesar deste ser apenas um exemplo simples, as alterações climáticas provocaram impactos a vários níveis, como nos ecossistemas, na saúde, na disponibilidade de água ou na agricultura, muitos deles ainda desconhecidos.

Por: António costa

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