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Fornos desilude na Taça de Portugal

Abrantes afasta Fornos da competição na “lotaria” das grandes penalidades

A Desportiva de Fornos de Algodres teve o pássaro quase na mão e deixou-o fugir. Após 120 minutos de jogo sem qualquer golo, a equipa da casa e o Abrantes Futebol Clube decidiram a passagem à segunda eliminatória da Taça de Portugal na marcação de grandes penalidades, onde a formação que viajou do Ribatejo foi mais feliz. Apesar de não ter sido bafejado pela sorte, o Fornos só se pode queixar de si próprio, pois jogou muito tempo em superioridade numérica, falhou um golo “certo” no último minuto do prolongamento e ainda esteve em vantagem na “lotaria” dos pénaltis.

O Fornos, que apresentou várias alterações em relação à equipa que vem actuando no campeonato, entrou melhor na partida e dominou os acontecimentos durante a primeira parte, enquanto o Abrantes se limitou a ver jogar. Neste sentido, os comandados de Vítor Tejo criaram as primeiras oportunidades de golo à passagem dos minutos 9 e 11 por intermédio de Cédric, que obrigou Nuno Ribeiro a aplicar-se. Sempre no comando das operações, o Fornos esteve novamente perto de abrir o activo aos 26’, mas Vitinha, em boa posição para rematar, deixou-se desarmar. Na etapa complementar, a equipa da casa voltou a entrar melhor e viu o Abrantes ficar reduzido a dez unidades logo aos 51’ por expulsão de Pombo, mas, curiosamente, a inferioridade numérica teve o condão de despertar a turma ribatejana perante a passividade e nervosismo dos visitados. Tanto assim que o Abrantes passou a dispor de inúmeras oportunidades para chegar ao golo, com Santana, que passou a jogar sozinho na frente de ataque, a revelar-se um autêntico “quebra-cabeças” para o último reduto fornense. No espaço de dois minutos, 73 e 74, valeu a rapidez de Faneca II com dois desarmes preciosíssimos, primeiro a Santana e depois a Telmo.

A partir daqui, o Fornos melhorou, tirando partido da quebra física que o Abrantes foi demonstrando, mas uma infantilidade de Vitinha, expulso por ter rematado à baliza com a mão, fez com que as duas equipas entrassem no prolongamento com dez unidades. Um período em que a sorte do jogo pendeu para os dois lado. Aos 100’, Inácio, que substitui Carlitos na baliza do Fornos, negou o golo a Xavier, enquanto que oito minutos depois Sérgio efectuou um cruzamento traiçoeiro que quase bateu Nuno Ribeiro. Até que, aos 120’, Rebelo teve nos pés uma oportunidade soberana para colocar o Fornos na segunda eliminatória da Taça, mas, depois de entrar isolado na grande área, o jogador demorou uma eternidade para rematar e deixou-se desarmar. Chegada a marcação das grandes penalidades, o Fornos ficou em vantagem a partir da terceira, já que Santos, Faneca II e Paulo Silva não falharam e Inácio ainda defendeu o remate de Telmo. No entanto, Rebelo voltou a estar em evidência pela negativa e atirou por cima, tal como Oliveira, que também podia ter decidido a partida. Por último, no sétimo pénalti, Faria permitiu a defesa, enquanto Hugo Ribeiro não vacilou e ofereceu a vitória ao Abrantes.

No final da partida, Vítor Tejo era um técnico amargurado com o desaire: «Foi um jogo autêntico de Taça. Entrámos bem, mas fiquei desiludido com os primeiros 20 minutos da segunda parte, já que em superioridade numérica não praticámos o futebol adequado a essa situação», desabafou. De regresso à série C da IIIª Nacional, o Fornos recebe domingo o Cesarense, também ele candidato à subida de divisão.

Ricardo Cordeiro

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