A Terras Serranas – Desenvolvimento Turístico e Imobiliário requereu à Direcção-Geral de Energia e Geologia a atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de águas minerais naturais em Fornos de Algodres. A sociedade, parceria público-privada em que entra a Câmara, pretende apurar se há recursos no concelho para apostar numa estância termal. A existirem, esta nova estrutura servirá de complemento ao hotel “Estrela à Vista”, que está a ser construído pela Terras Serranas na Serra da Esgalhada.
O pedido foi publicado em “Diário da República”, na última quinta-feira, sendo que existe agora um prazo de 30 dias para a recepção de eventuais reclamações. De acordo com o presidente da Câmara, foram já feitos estudos «por entidades credíveis» no concelho, nomeadamente nas proximidades do rio Mondego, e «tudo aponta para que haja águas quentes em Fornos de Algodres». O pedido de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de águas abrange uma vasta área que se estende até às proximidades de Figueiró da Granja, Casal Vasco, Juncais e ainda Quinta da Lageosa. «Queremos saber se há realmente águas quentes e se estão a uma profundidade que permita a exploração», explica José Miranda, para quem «o ideal seria encontrarem-se essas águas perto do hotel».
«Se for possível criar uma estância termal, faremos história com um projecto que irá enriquecer certamente o nosso concelho», afirma o autarca. A acontecer, a construção do complexo termal irá assumir-se como a segunda fase do “Estrela à Vista”, de quatro estrelas, cujas obras arrancaram em finais do ano passado. Se a sociedade puder avançar com o complexo termal e localizá-lo na Serra da Esgalhada, será «uma mais-valia» para esta zona, «em que houve uma grande requalificação» e onde estão já equipamentos como o estádio e um polidesportivo, refere o presidente da Câmara. A sociedade «avançará depois com candidaturas para encontrar financiamento», acrescenta. O “Estrela à Vista”, que deverá estar pronto em 2011, é um investimento de 8,5 milhões de euros, que pode conseguir apoios até 55 por cento por via do Turismo de Portugal. A unidade hoteleira vai ter 130 quartos, spa e piscina aquecida, entre outras valências. A ideia é a de que esta serra «venha a servir de centro de estágio desportivo, tendo em conta o conjunto de equipamentos de que dispõe», adianta José Miranda.
A Câmara de Fornos de Algodres detém 15 por cento do capital social da Terras Serranas. Estão nesta sociedade o empresário Gurmecindo Oliveira, dono de hotéis em S. Pedro do Sul (Monte Rio), Penafiel (Termas de S. Vicente), Aguieira (Monte Rio) e Montemuro (Termas do Carvalhal). O concelho tem, actualmente, apenas uma unidade hoteleira, localizada em Vila Ruiva e explorado pela fundação Inatel. Este hotel foi construído através de uma parceria entre a Câmara e o Inatel.