Fonseca Ferreira promete trabalhar em equipa na Federação do PS da Guarda e, se for eleito, anuncia um mandato «fortemente participado por todas as estruturas e militantes». O membro da Comissão Política e da Comissão Nacional oficializou a sua candidatura no passado sábado, na mesma sala da sede socialista usada dias antes por José Albano Marques.
Abílio Curto, Fernando Cabral, Pires Veiga, Rita Miguel, Nuno Almeida, Virgílio Bento, Gonçalo Amaral, Pedro Guerra, José Luís Vaz, Orlindo Vicente, Carlos Martins e Cláudio Rebelo foram alguns dos apoiantes em destaque. Nesta sua primeira aparição, o candidato escusou-se a entrar «em quezílias» com o adversário de 15 de junho e sublinhou que a Federação «não é uninominal, mas a conjugação das 14 concelhias». As críticas aos atuais órgãos distritais couberam a Amaral Veiga, segundo o qual a Federação presidida por José Albano Marques, que se recandidata a um terceiro mandato, está «no marasmo» e com «uma liderança vazia de ideias». Também Pedro Rebelo, líder da JS e mandatário de Fonseca Ferreira para a juventude, considerou que «o PS da Guarda precisa de uma nova energia», dizendo que falta debate interno e «poder aos militantes de base».
Já Maria do Carmo Borges, que será mandatária da candidatura, acrescentou que «o debate interno tem faltado», admitindo mesmo que o PS de José Albano tem estado «dissociado da sociedade guardense». A ex-governadora civil e presidente de Câmara entende, por isso, que com Fonseca Ferreira «vai ser diferente e será possível ouvir todos nesta casa». Nesta apresentação, o candidato falou de alguns dos seus objetivos e disse ao que vinha: «Quero retomar a política dos valores humanistas, solidários, republicanos e socialistas», declarou, assumindo pretender «fortalecer o PS e a sua intervenção e influência no distrito». Um dos seus principais projetos é traçar uma estratégia de desenvolvimento para a região: «Quero por a minha experiência profissional [é um reputado especialista em planeamento urbano e ordenamento do território] ao serviço desta terra, a minha terra», afirmou, recordando que estudou sete anos no antigo Liceu Nacional da Guarda.
Outro desafio de Fonseca Ferreira é gerar «um consenso alargado» com todos os partidos sobre «os projetos estruturantes para a Guarda, de forma a que a sua defesa seja assumida em conjunto perante o Governo», adiantou, dando especial ênfase ao PSD do «conterrâneo» Júlio Sarmento, que mereceu uma saudação especial. E já tem um em carteira: a conclusão da ampliação e requalificação do Hospital Sousa Martins. O apelo foi lançado por Maria do Carmo Borges: «Não posso crer que obra esteja parada e que não terminem a primeira fase. Tem que ser uma realidade porque é muito importante para o distrito», acentuou, elogiando «o trabalho» de Fernando Girão na ULS. Registada a preocupação, o candidato assumiu também que vai cooperar com as autarquias, um trabalho que constituirá uma das suas prioridades.
«Daremos todo o apoio, em articulação com as concelhias, aos nossos autarcas das freguesias, das assembleias e dos executivos municipais», disse. A este propósito, Fonseca Ferreira afirmou estar contra a extinção de freguesias, augurando «um desastre» no mundo rural se a reforma do poder local do atual Governo se concretizar. Questionado por O INTERIOR, considerou que José Albano Marques deu «o seu melhor, fez o que pôde e sabe para melhorar a Federação. Mas também acho que esta precisa ser mais participada e mais aberta», declarou, acrescentando que «todos os partidos precisam de se revitalizar, nomeadamente na sua relação com a sociedade».
Luis Martins