P – Qual a origem da Salsicharia Coelho?
R – A empresa surge em 1975 em nome individual, fundada pelo meu pai Francisco Coelho e teve início com uma produção muito pequena de enchidos em instalações muito reduzidas, cuja produção não passava os dez quilos por semana.
A comercialização dessa produção de enchidos era feita apenas nas feiras e mercados da região, juntamente com o forte do negócio, que eram, na altura, as carnes frescas.
Em 1994 após o falecimento do meu pai adoptámos a denominação “Salsicharia Artesanal Coelho”.
Em 2000 construímos as actuais instalações que nos permitiram aumentar a produção dos nossos enchidos tradicionais e ir de encontro, também, às actuais exigências a que somos obrigados, sendo que, hoje, como é do conhecimento público, estas exigências não param de aumentar, estando nós sempre atentos no sentido de acompanhar a legislação em vigor.
Foi fundamental para o crescimento da Salsicharia procurar novos mercados, tais como cadeias de supermercados, revenda para lojas da especialidade e algumas empresas municipais. Continuamos a vender nas feiras e mercados que ainda é uma excelente forma de escoamento dos nossos produtos artesanais.
P – A vossa actividade foi alvo de grandes alterações em termos de legislação?
R – Sim, de facto essa é uma realidade do nosso dia-a-dia, principalmente no que respeita à legislação relacionada com a Higiene e Segurança Alimentar.
Mas houve por parte da Câmara Municipal um grande apoio. Foi-nos indicado um técnico responsável para a elaboração do projecto das nossas actuais instalações, que nos permitiu legalizar o que hoje é a “Salsicharia Artesanal Coelho”, embora desde essa altura, até aos dias de hoje as exigências não parem de acontecer.
P – A inovação na vossa empresa acontece apenas em termos de procedimentos técnicos sem que sejam alteradas as características dos produtos?
R – Sim, é verdade que existiu alguma inovação no que diz respeito aos meios técnicos utilizados, permitindo-nos ganhar algum tempo e por ventura poupar esforços, que consideramos desnecessários, sendo que as características da qualidade dos produtos não são colocadas em causa.
No entanto, consideramos ser sempre importante manter alguns procedimentos tradicionais tais como o corte da carne ser feito manualmente, o tempo de maturação da mesma, ser de oito dias, a seca do produto continuar a ser feita com a tradicional lareira, etc.
É também de grande importância a utilização produtos frescos da nossa região, nomeadamente, a cebola, o alho e a salsa.
P – A “Salsicharia Artesanal Coelho” está orientada para que tipo de público? É do vosso interesse procurar novos mercados?
R – A maioria dos nossos clientes são o consumidor final com algum poder de compra e que valoriza os produtos de qualidade.
Tal como referimos nas questões anteriores procuramos através das feiras a divulgação dos nossos produtos junto de públicos diferentes.
É certo, que nós também conhecemos, junto dos nossos emigrantes, a vontade de adquirir os nossos produtos nos países que os acolhem, possivelmente poderemos vir a trabalhar nesse sentido.
P – A “Salsicharia Artesanal Coelho” tem sido presença assídua na Feira do Fumeiro dos Sabores e do Artesanato realizada pela AENEBEIRA. Que balanço faz de todos esses anos de participação nesse evento?
R – Este assunto não deixa de ser curioso pelo seguinte, de início quando fui contactado pelos funcionários da AENEBEIRA, houve uma rejeição da nossa parte, uma vez que desconhecíamos o funcionamento deste tipo de eventos. Felizmente, por insistência da AENEBEIRA, acabei por participar, e confesso que o balanço da primeira edição da Feira do Fumeiro foi um sucesso que tem acompanhado todas as posteriores edições.
Considero não só para a nossa empresa este evento ser positivo, como também para todos os participantes. É sem dúvida um grande motor de arranque para a economia local, sendo também uma grande montra de todos os produtos de excelente qualidade de toda a nossa região.
P – Vai participar na II edição da Feira “Eco Raia” nos próximos dias 10 e 11 de dezembro, que vai realizar-se no Pavilhão Multiusos de Trancoso, quais são as suas expetativas?
R – Desta vez a minha atitude é um pouco diferente uma vez que tenho tido boas experiências neste tipo de eventos.
Sendo o objectivo da organização valorizar e divulgar os produtos tanto portugueses como espanhóis, considero ser esta uma postura correcta por parte da entidades organizadoras, assim como de todos os intervenientes, visto que juntos sempre se consegue maior dimensão e por esse motivo maior impacto junto do público em geral e dos Meios de Comunicação Social. Considero por isso reunidas as condições necessárias para que o evento corra da melhor maneira.
É de salientar a importância de estar solidário com quem nos apoia a nós empresários.
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