Os guardenses aderiram em massa à evocação histórica da inauguração do Sanatório Sousa Martins, no último sábado. Colchas às janelas, montras decoradas a propósito e gente vestida a rigor ajudaram a um espectáculo de encher o olho.
Milhares de pessoas tentaram não perder pitada do acontecimento, que começou na Estação. Uma salva de foguetes e o hino monárquico, interpretado pela Banda da Bendada, assinalaram a chegada de D. Carlos e D. Amélia, recebidos por uma multidão a sério. A Rainha foi o centro das atenções, enquanto o monarca ficou para segundo plano, apesar do seu ar bonacheirão. De seguida, o cortejo rumou à cidade e chegou mesmo a ser acompanhado por alguns populares, mas o cansaço e a encosta íngreme acabaram com os mais resistentes. Já no Largo da Misericórdia o casal real teve um “banho” de multidão, rumando depois ao Sanatório debaixo de “vivas” e muitos “flashes” das máquinas fotográficas. O momento alto do evento aconteceu com a reconstituição da inauguração, numa alameda a abarrotar de gente.
O povo envolveu-se e gostou, aplaudindo os discursos e os pequenos recitais de música erudita e ópera. Acotovelou-se mesmo para não perder pitada dos passos reais e houve até algumas crianças que beijaram D. Amélia (interpretada por Inês Mexia), não desperdiçando a oportunidade de tirar uma fotografia para a posteridade. A festa foi bonita, augurando o que aconteceu a seguir no auditório da sub-Região de Saúde da Guarda. Até a chuva esperou pelo fim do espectáculo para cair. Sinal de que, desta vez, até o “anjo era da Guarda”. De acordo com a organização, milhares de pessoas assistiram à iniciativa, superando todas as expectativas. A produção, a cargo do TMG, envolveu directamente mais de 400 pessoas (actores profissionais e amadores, músicos, colectividades, figurantes, um coro de crianças de escolas da cidade, técnicos) e resultou numa «grandiosa festa que perdurará na memória colectiva da cidade».
