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Fim das portagens novamente chumbado

Assembleia da República

A Assembleia da República rejeitou no dia 18, com votos contra de PS e PSD, dois projetos de resolução que visavam a eliminação das portagens na A23, apresentados por PCP e BE.

As propostas, votadas em conjunto, tiveram os votos contra do PSD e PS, a abstenção do CDS-PP e os votos a favor das restantes bancadas e dos três deputados do PS da Guarda e Castelo Branco, Santinho Pacheco, Hortense Martins e João Marques, respetivamente. Numa declaração de voto, os socialistas justificam que não votaram com a restante bancada por sentirem «convictamente que é uma questão de inteira justiça para com esta região do interior quanto a uma autoestrada construída em regime de SCUT e sem portagens». Os três deputados lembram também que o PS assumiu o compromisso desde a campanha eleitoral de «redução das portagens nas SCUT do interior». E apontam o dedo aos eleitos do PSD pelos círculos da Guarda e Castelo Branco, que votaram contra as propostas do PCP e Bloco de Esquerda, «voltando mais uma vez costas às nossas populações e territórios».

Questionado por O INTERIOR, Carlos Peixoto, deputado social-democrata eleito pela Guarda, começa por esclarecer que um projeto de resolução é uma «mera recomendação – não vinculativa, portanto – ao Governo». E acrescenta que o PCP e o BE deveriam ter usado a figura regimental do projeto de lei, «que a ser votado favoravelmente obrigava e vinculava o Governo, não apenas o convidava». Por isso, o também líder da distrital guardense constata que «a hipocrisia política não tem limites», pois «em vez de assumirem com coragem e frontalidade a sua oposição às portagens, esses partidos avançaram com um “faz de conta”, pois sabem de antemão que o caminho aparenta ser um e o resultado final vai ser o oposto». Carlos Peixoto também não poupa o PS, dizendo que «quis ficar bem com Deus e com o Diabo» ao votar contra e permitir que alguns deputados, para «“inglês ver”», furassem a disciplina de voto. «Mais outro embuste. Se o voto de alguns fosse determinante para a decisão final de acabarem as portagens, o voto seria unanimemente contra, sem exceções», garante o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD no Parlamento.

«O PS, que está no poder, sabe bem que na atual conjuntura (4, 5 anos ou ainda mais) é inexequível o fim das portagens. Com os custos destas PPP, nenhum Governo está em condições de abdicar destas contraprestações. Para o PSD a lógica é a do princípio do utilizador pagador, embora com descriminação positiva para as nossas regiões», lembra Carlos Peixoto.

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